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Abstenção do PCP no OE2021? É um excelente indicador, diz Costa

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Rodrigo Antunes / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, considerou um “excelente indicador” o PCP ter anunciado a abstenção no Orçamento do Estado de 2021 (OE2021) e resultado de um entendimento “para ter um bom orçamento para o próximo ano”.

“É um excelente indicador de que é possível, conversando, procurando pontos de entendimento, trabalhar para ter um bom orçamento para o próximo ano”, afirmou Costa aos jornalistas, à margem de um encontro da revista Visão, na Estufa Fria, em Lisboa.

Na atual situação de “crise muito profunda” causada pela pandemia, o chefe do Governo disse ser “fundamental ter um bom Orçamento” para “reforçar o Serviço Nacional de Saúde”, “aumentar o investimento” e “proteger os rendimentos das famílias”.

Sem se referir diretamente ao Bloco de Esquerda, que no domingo anuncia o sentido de voto, Costa disse que gostaria de ter o apoio dos restantes partidos de esquerda.

E sublinhou que, nos últimos meses, nas negociações com a esquerda e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), já se fez “um bom caminho” e que houve “avanços importantes para os cidadãos”, aliás, valorizados pelo PCP para justificar a sua abstenção na generalidade. É uma “medida importante” que o Governo tenha aceitado “antecipar” de agosto “para janeiro um aumento das pensões mais baixas em 10 euros”.

António Costa admitiu que “hoje ou amanhã [domingo]” o PAN anuncie o seu sentido de voto no OE2021, que acontece na quarta-feira no parlamento.

Elogios à decisão “difícil” da AR

O primeiro-ministro elogiou ainda neste sábado a “decisão difícil” do parlamento de impor o uso de máscara na rua e avisou que não pode excluir medidas mais drásticas como o recolher obrigatório caso a situação de pandemia se agrave no país.

“Não podemos excluir a necessidade de adotar qualquer tipo de medida. Devemos ir adoptando as medidas na medida do estritamente necessário”, afirmou António Costa.

Dado que, afirmou, o combate à pandemia será “uma longa maratona” de muitos meses, “é preciso gerir o esforço”, pelo que há que “ir distribuindo e guardando as medidas para as utilizar nos momentos em que forem estritamente necessárias para evitar o excesso de cansaço”. António Costa foi questionado sobre a avaliação que faz da experiência quanto ao recolher obrigatório decretado em vários países europeus.

Dois dos maiores problemas que Portugal enfrenta nesta segunda vaga da pandemia, acrescentou, é a fadiga com as medidas por parte da população e a alteração na faixa etária, mais baixa, com “casos de menor gravidade”, e que tem “diminuído a perceção do risco”. Um dia depois da decisão da Assembleia da República, que aprovou uma lei a tornar obrigatório o uso de máscara na rua, Costa elogiou a “difícil decisão” dos deputados.

“É, obviamente, um incómodo, mas que adotamos para reforçar a consciência de que depende hoje essencial de nós controlar esta pandemia, se não quisermos ter medidas de encerramento mais globais”, justificou.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Pena que, depois das consultas aos vários especialistas, o Presidente da República não possa nomear um governo de gestão para acabar com esta dramática fantochada.

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