A Psyche ligou o seu motor revolucionário — e apontou ao asteroide que nos faria ricos

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A nave espacial Psyche encontra-se a mais de 300 milhões de quilómetros de distância e move-se a uma velocidade de 37 quilómetros por segundo, em relação à Terra.

Em outubro de 2023, a NASA lançou a missão Psyche, a 14ª do seu Discovery Program, para uma viagem de 450 milhões de quilómetros até ao louco asteroide metálico Psyche 16.

Este asteroide peculiar com mais e mais de 250 quilómetros de diâmetro é composto por metais pesados cujo valor se estima em 700 triliões de dólares, o equivalente a 615 triliões de euros, o que significa que poderia converter todos os habitantes da Terra em multimilionários.

Esta quarta-feira, sete meses após o lançamento, a nave da agência espacial norte-americana ligou finalmente o seu motor de iões, o revolucionário e incrivelmente eficiente sistema de propulsão elétrica alimentado a energia solar que vai levar a sonda para além da órbita de Marte.

A nave dispõe de um espetrómetro de raios gama e de neutrões, de um imageador multiespectral, de um magnetómetro, de um sistema de telecomunicações por rádio de banda X e de um instrumento de comunicação por laser denominado “Deep Space Optical Communications System” (DSOCS).

A nave espacial vai chegar ao asteroide metálico em 2029 com o objetivo de fazer observações e recolher dados científicos para compreender a formação de planetas rochosos com núcleos metálicos.

Por sua vez, antes de alcançar esta meta, a Psyche vai entrar em modo de voo cruzeiro, para que os seus propulsores elétricos assumam o controlo e impulsionem a sonda para a cintura de asteroides.

Desta forma, a nave espacial irá conseguir atingir velocidades até 200.000 quilómetros por hora para se mover através do Sistema Solar.

Além disso, recorda o Ciencia Plus, vai desligar os propulsores à medida que se aproxima de Marte, utilizando a gravidade do planeta para se lançar para o exterior.

No final de abril, a NASA conseguiu estabelecer uma comunicação ótica, via laser, com a missão Psyche a 226 milhões de quilómetros, uma vez e meia a distância entre a Terra e o Sol.

Esta proeza significa que DSOCS interagiu pela primeira vez com o sistema de comunicações da nave Psyche, emitindo dados para a Terra.

Além disto, permitiu também perceber como é que as naves espaciais poderão utilizar esta tecnologia no futuro de modo a permitir comunicações com maior recolha de dados de informação científica.

“Até agora, temos estado a ligar e a verificar os equipamentos necessários para completar a missão, e podemos afirmar que estão a funcionar perfeitamente”, afirma o gestor do projeto Psyche, Henry Stone em comunicado.

“Agora estamos ansiosos pelo próximo sobrevoo de Marte”, conclui Stone.

Soraia Ferreira, ZAP //

5 Comments

  1. A ser minerado tal asteróide, os metais em causa desvalorizavam drasticamente, logo, é estúpido dizer que todo o cidadão da terra se converteria num milionário, mesmo que em sentido figurado.

  2. Nem que ele fosse feito de ouro, nós ficaríamos todos ricos se o pudéssemos trazer para cá. O preço do ouro iria baixar de tal forma que valeria menos do que o alumínio…

  3. Caros,
    Têm noção que a noticia é sobre a investigação de um asteróide metálico de grande dimensão que pode fazer compreender melhor o núcleo metálico dos planetas, certo?
    A questão do eventual valor dos metais ali presentes é meramente ilustrativa. Penso que para cativar os olhos para a noticia…
    Até porque não é possível minerar e, se fosse, não seria possível trazer o minério para a terra…

    • Caro leitor,
      Obrigado pelo reparo.
      Acompanhamos a missão Psyche desde 2017 e temos efetivamente a noção de que para já a mineração espacial é ainda ficção científica — o que não impede que se tracem cenários académicos acerca do assunto 🙂

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