A próxima Starship de Musk vai viajar entre as estrelas

SpaceX

Nave espacial Starship da SpaceX na plataforma de lançamento

O bilionário CEO da SpaceX, Elon Musk, afirma que continua completamente empenhado em levar a humanidade a Marte.

Numa publicação recente no seu perfil no X-Twitter, Musk reafirma que a gigantesca nave espacial Starship da sua SpaceX “foi projetada para atravessar todo o nosso sistema solar e ira além, até à nuvem de objetos que nos rodeia”.

Musk refere-se provavelmente à Nuvem de Oort, a gigantesca camada esférica de cometas que envolve o sistema solar.

Uma futura Starship, muito maior e mais avançada, viajará para outros sistemas estelares”, escreve o CEO da aeroespacial, adicionando ainda um passo maior e mais ambicioso à sua já grandiosa visão.

Passo a passo, Musk tem conseguido concretizar (ou ir concretizando) o sonho de levar a Humanidade mais longe na sua aventura espacial, mas a SpaceX tem ainda enormes desafios pela frente antes de chegar às estrelas.

Esta semana, a SpaceX realizou, com sucesso, o terceiro lançamento orbital da Starship, tendo desta vez alcançando um apogeu de 233 kilómetros e cruzando o continente africano — antes de se despenhar descontrolada no Oceano Índico.

Apesar do fim anticlimático, o lançamento foi considerado um grande sucesso, assinalando um novo marco para a empresa espacial nos seus esforços para desenvolver a sua plataforma de lançamento super-pesada.

Para Musk, o foguete de aço inoxidável é o bilhete da humanidade para se tornar uma espécie interplanetária a longo prazo.

Naturalmente, o imprevisível CEO aproveitou o lançamento desta semana como uma oportunidade para oferecer algumas linhas temporais caracteristicamente — e talvez excessivamente — ambiciosas. “A Starship estará em Marte em 5 anos“, garantiu Musk.

Para colocar essa linha temporal em perspetiva, a missão Artemis 3 da NASA, que levará uma Starship com astronautas a pisar novamente a Lua, estava originalmente prevista para 2025 — mas foi adiada para 2026, recorda o The Byte.

Ou seja, antes de a Starship poder “atravessar todo o nosso sistema solar e além”, a SpaceX ainda tem muito a provar.

Para começar, a esplendorosa nave espacial de Musk precisa ainda de conseguir entrar em órbita de forma fiável e voltar ao solo inteira, o que é mais fácil de dizer do que de fazer — e que ainda não fez.

Além disso, a empresa tem de provar que uma Starship pode reabastecer outra enquanto está em órbita da Terra, tem que criar um sistema de suporte de vida para viagens mais longas pelo sistema solar, e ainda encontrar uma forma de ter combustível suficiente para chegar ao destino pretendido.

Se dependesse de Musk, futuras evoluções do foguete seriam capazes de cobrir os 4,2 anos-luz até à estrela mais próxima do Sol, Proxima Centauri. Mas com a tecnologia existente atualmente, cobrir tal distância levaria cerca de 6.300 anos terrestres.

Por outras palavras, a humanidade provavelmente teria de hibernar (algo que parece estar mais perto de acontecer) ou reproduzir-se a bordo para conseguir chegar a outro sistema estelar.

Exceto, claro, se a SpaceX encontrar uma forma de ultrapassar as leis da física que conhecemos, e viajar à velocidade da luz — com algo como uma propulsão warp, que a NASA anda a namorar há anos, mas que continua para já a ser uma possibilidade extremamente remota.

Elon Musk é o visionário das afirmações audaciosas sobre coisas impossíveis que depois consegue realizar, mas se desta vez vai mesmo levar a Humanidade para lá do planeta em que nasceu é algo que ainda só está escrito nas estrelas.

ZAP //

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