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A 24 de março, estudantes americanos vão marchar pelas suas vidas em Washington

Cristobal Herrera / Lusa

Estudantes do liceu de Pine Trails Park, Parkland, Florida, visitam memorial de homenagem aos colegas mortos no tiroteio

Um grupo de estudantes que sobreviveu ao tiroteio da semana passada, numa escola de Parkland, na Florida, está a preparar uma marcha em Washington para exigir mudanças na política de armamento dos Estados Unidos.

Os sobreviventes do tiroteio que provocou a morte de 17 pessoas, levado a cabo pelo ex-estudante Nikolas Cruz numa escola de Parkland, vão até a Washington, no dia 24 de março, para realizar a “Marcha pelas Nossas Vidas”.

Esta foi a forma encontrada pelos estudantes norte-americanos para exigir ao Presidente Donald Trump e à sua administração sérias mudanças na legislação sobre o controlo de armas em vigor no país.

Estamos apenas no início de 2018 e, nos EUA, este tiroteio foi já o 18.º episódio a envolver armas de fogo em escolas ou locais próximos de estabelecimentos de ensino.

No caso de Nikolas Cruz, a espingarda automática AR-15 que usou pode ser comprada, na Florida, a partir dos 18 anos. Em janeiro, o FBI foi alertado de que o aluno de 19 anos tinha uma arma, que “manifestava desejo de matar” e que era provável que realizasse um tiroteio numa escola. Mas falhas nos protocolos de investigação impediram que a tragédia fosse evitada.

A ONG Everytown for Gun Safety, que apoia uma política de armas mais rígida e controlada, já anunciou que vai juntar-se ao grupo de estudantes no dia do protesto. Além disso, outros grupos que estiveram envolvidos na organização da última “Marcha das Mulheres” também vão apoiar o movimento destes jovens.

Antes desta marcha, haverá ainda uma manifestação no dia 14 deste mês, que marca um mês do ataque. O evento convida alunos de todo o país a saírem das salas de aula às 10h00 locais durante 17 minutos, um minuto por cada vida perdida. Mais de 20 mil jovens apoiam este movimento.

Outra manifestação semelhante vai acontecer no dia 20 de abril, data em que o massacre de Columbine, no Colorado, onde morreram 13 pessoas, completa 19 anos.

Celebridades como George e Amal Clooney, Oprah Winfrey, Steven Spielberg, Lady Gaga, Cher, Rowan Blanchard, Justin Bieber, Amber Tamblyn, Amy Schumer, Olivia Wilde, Bryce Dallas Howard, Julianne Moore e Alyssa Milano já fizeram doações para ajudar o movimento e muitos vão mesmo juntar-se aos estudantes em Washington.

Esta quarta-feira, Trump vai encontrar-se com pais, professores e estudantes numa audiência em que vão participar as pessoas que foram afetadas pelos massacres ocorridos nas escolas de Parkland, Columbine e Newton.

Donald Trump é apoiante da American Rifle Association e não subscreveu as medidas que restringiam as atividades dos portadores de armas de fogo. No entanto, nos últimos dias, os protestos dos alunos têm vindo a intensificar-se e, por isso, a Casa Branca está a tentar passar a mensagem de que o chefe de Estado está disposto a ouvir novas propostas sobre o uso e porte de armas de fogo.

ZAP // Hypeness

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