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“Pura desinformação”. Lesados desmentem acordo com Novo Banco

O Novo Banco confirmou hoje à agência Lusa que mais de 50% dos emigrantes que subscreveram produtos do Banco Espírito Santo aceitaram a proposta para o reembolso faseado do capital investido. O Movimento dos Emigrantes Lesados afirma que a notícia não passa de “pura desinformação”.

A imprensa adianta que o Novo Banco garantiu a adesão de mais de 3500 clientes emigrantes à solução proposta, que prevê o reembolso do capital investido num período de seis anos.

Contactado hoje pela Agência Lusa, o Novo Banco confirmou que mais de 3500 dos 7000 clientes não residentes aceitaram a proposta que desbloqueia as suas poupanças.

De acordo com o Jornal de Negócios, este nível de adesão deverá garantir a aprovação da oferta comercial que prevê a recuperação da totalidade do capital investido nos veículos Poupança Plus, Top Renda e Euro Aforro ao fim de seis anos.

Uma fonte oficial do Novo Banco disse à Lusa, no início do mês, que os 7000 casos correspondem aplicações num valor global de 720 milhões de euros.

O Novo Banco começou a apresentar aos emigrantes em julho uma solução comercial, para reaver o dinheiro, investindo nos produtos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro e aguarda agora a aprovação da maioria dos 7000 clientes para avançar.

Segundo a mesma fonte, a solução comercial teve de ser autorizada pelo Banco de Portugal e prevê a assinatura prévia dos clientes para que o Novo Banco e o Credit Suisse possam anular os veículos financeiros.

Só depois será possível avançar com a proposta comercial que garante pelo menos 60% do capital investido, e liquidez se essa for a opção, assim como um depósito anual crescente a seis anos, que possibilita recuperar no mínimo 90% do capital investido.

O Movimento dos Emigrantes Lesados já reagiu à notícia nas redes sociais, referindo que não passa de “pura desinformação”.

“Pouco importa que tenham assinado exatamente metade dos emigrantes lesados. Para desbloquear os produtos é preciso que 50% do capital total seja desbloqueado, e não 50% dos lesados. E isto vale para cada um dos veículos, não pelo todo dos 720 milhões”, pode ler-se na publicação.

O MEL vai manifestar-se esta quinta feira junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa.

“É bom salientar, que esta ‘noticia’ calha mesmo bem, na véspera de mais uma manifestação, e a 5 dias do fim do ‘ultimato’ (…). É o vale tudo, a última cartada do NB para assustar e recolher mais umas assinaturas”, conclui.

ZAP / Lusa

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