Ministério Público abre inquérito a André Ventura e Rita Matias

Presidência

André Ventura, Presidente do Chega, e a deputada do partido, Rita Matias.

Aberto inquérito sobre a divulgação de nomes de crianças imigrantes matriculadas numa escola de Lisboa. Líder do Chega leu a lista de nomes na Assembleia da República e Rita Matias divulgou-os os num vídeo online.

O Ministério Público confirmou esta quarta-feira a abertura de um inquérito ao presidente do Chega, André Ventura e à deputada do partido Rita Matias, sobre a divulgação de nomes de crianças imigrantes matriculadas numa escola de Lisboa.

Em resposta enviada à Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) adiantou que “confirma-se a instauração de inquérito relacionado com a matéria”.

André Ventura mencionou a lista de nomes na Assembleia da República, lendo os nomes de crianças supostamente imigrantes, depois de Rita Matias ter divulgado os nomes num vídeo partilhado nas redes sociais.

“Estes senhores são zero portugueses”, disse André Ventura, perante os aplausos de pé da sua bancada, considerando que as crianças imigrantes mencionadas passaram à frente de crianças de nacionalidade portuguesa na lista para conseguirem um lugar na escola pública.

A jovem deputada do Chega confessou mais tarde que o Chega não verificou se os nomes das crianças que leu e releu eram reais.

O Chega recebeu a lista. Não fez uma confirmação de maior, não fomos ver qual era a escola”, disse Rita Matias na Observador. “Aliás, fiquei surpreendida por perceber que a extrema-esquerda é que se deu ao trabalho de ir ver a escola, de divulgar o vídeo ‘n’ vezes. Se não tivessem feito tanto alarido, o vídeo passava absolutamente normal, como tantos vídeos que publicamos diariamente.”

Antes, a deputada tinha garantido no dito vídeo: “não, não me enganei. É mesmo uma lista de uma escola portuguesa. Quantas pessoas por aqui não conseguiram vaga para os seus filhos?”, questiona a deputada.

Na sequência da divulgação da lista, dirigentes associativos, partidos políticos e cidadãos anunciaram publicamente que iriam apresentar queixa contra o facto de o Chega ter divulgado nomes de origem estrangeira de crianças que frequentam uma escola portuguesa.

A propósito desta divulgação, e depois de várias queixas, a Comissão Nacional de Proteção de Dados anunciou a 16 de julho que abriu um processo de averiguações. O organismo presidido por Paula Meira Lourenço irá avaliar o caso, e caso seja dada razão às queixas, por violação do Regime Geral de Proteção de Dados (RGPD), os visados poderão ter de pagar uma multa.

ZAP // Lusa

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