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Juiz decide manter Sócrates mais 3 meses em prisão preventiva

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José Goulão / Flickr

Ex-primeiro-Ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

Ex-primeiro-Ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

José Sócrates vai continuar em prisão preventiva durante mais três meses.

Correio da Manhã avança que o juiz de instrução Carlos Alexandre, em concordância com o parecer do procurador do Ministério Público (MP) Rosário Teixeira, decidiu prolongar a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro, que continuará detido no Estabelecimento Prisional de Évora, pelo menos, até agosto.

De acordo com o CM, Carlos Alexandre alega que o ex-primeiro-ministro poderá perturbar a investigação, caso seja libertado, fundamento aplicado, igualmente, ao empresário e amigo de José Sócrates Carlos Santos Silva, também detido no âmbito da Operação Marquês.

Entretanto, o advogado de José Sócrates já anunciou que vai recorrer do prolongamento da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro, apesar de ainda não ter sido notificado da decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).

“Apesar de ainda não ter sido notificado da decisão do tribunal, vou interpor recurso da mesma, porque mesmo sem a conhecer já existem fundamentos para recorrer dela”, disse João Araújo.

Para o advogado de José Sócrates, “o mais extraordinário neste processo é o facto de as decisões judiciais serem comunicadas através da comunicação social e, em particular, do Correio da Manhã, algo que não está previsto na lei”.

“A lei prevê que as decisões judiciais sejam comunicadas por fax, por correio eletrónico ou por carta registada, mas nunca por órgãos de comunicação social”, argumentou.

“Vou reagir com firmeza a esta forma abusada de tratar as pessoas, que me choca e que não devia acontecer com ninguém”, acrescentou, sublinhando tratar-se de uma forma “ignóbil” de lidar com as pessoas.

“Não se faz, nem que fosse o maior criminoso do mundo”, frisou, definindo o que se passou como “um tráfico obsceno de notícias”.

O prazo do inquérito é de um ano e meio, como consta de um despacho emitido pelo Tribunal da Relação de Lisboa em resposta a um recurso apresentado pelo advogado de João Perna, antigo motorista de Sócrates.

Esta quinta-feira completaram-se seis meses desde a detenção de Sócrates no Aeroporto da Portela, em Lisboa, à chegada de Paris. O empresário Carlos Santos Silva tinha sido detido no dia anterior, a 20 de novembro.

José Sócrates é acusado dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.

ZAP

9 Comments

  1. Há uma solução, Sr. Advogado. Deem a morada do Correio da Manhã para receberem a vossa correspondência. Só assim ficam a saber as notícias ao mesmo tempo que são publicadas!

    • Advogado, motorista, ex lena saem e a vedeta continua… Há coisas que mesmo ali não se vêm quanto mais tentar alcançar!
      …O voto é livre e “em consciência”… Em último caso, de facto, cada um engole o que não decide cuspir e ainda assim, se for para o ar, pode cair-lhe em cima… Haverá sempre outros recursos…. Em inconsciência da negação…

  2. Acho bem que a justiça seja célere e igual para todos, mas não é isso que estou vendo, nem pouco mais ou menos.
    Neste caso, a justiça passados 6 meses, (e mais um ano que já andava a investigar) ainda não conseguiu ter culpa formada? Sabe-se lá se é a mando de alguém ,que mantém esse homem preso? Afinal esse Homem estava a incomodar demasiado um certo poder instalado! Que meios são estes para fazer justiça? Os portugueses que se cuidem!
    Nos canais de televisão, por exemplo: Os que “botam” opinião, são todos e, em todos os canais, da mesma franja política! Ou estou enganada? Portugal é de quem?

    • “EUMESMA” presumida enganada!?!
      A comunicação faz-se com técnicas. Respondendo questionando… E, por exemplo: Textos elaborados de marketing político, em que o orador aparentemente improvisa a comunicação, qdo na realidade está, a 45 graus à drtª e depois outro tanto à esqª, a ler a “telepontaria” e assim se faz um orador de “mensagens credíveis”! Por outra lado, confundir transversalidade e sentido convergente das notícias sobre aquele ex-governante, à parte os presumidos incómodos a terceiros, Portugal ainda é um estado de direito democrático, nos quais o poder judicial, incluindo os órgão afectos à investigação, são independentes do poder político. Prova disso, nunca tanto foi investigado em tão pouco tempo, em processos criminais transversais à sociedade civil, empresarial, bancos e política. Outra coisa, é certo, são os que não chegam a julgamento, os do garrote do direito processual, escutas que se ordenam ser destruídas (Vara escutado “assidentalmente” com Sócrates desbocados?) mas muitos outros deram penas – crimes contra o SNS, as sucatas, BPP, varas, ren, etc…
      Nem sempre a montanha é parideira de ratos.

      • Gostei. Não acredito que a justiça se enganasse tanto e durante tanto tempo. Apesar disso, acredito, também, que há corrupção na Justiça. Porém, neste caso em apreço, creio na imparcialidade judicial, na medida em que é um caso especialmente público.

          • Dada a transversalidade e coerência de conteúdos sobre o caso na generalidade da imprensa, acredite que mudar de fonte não é solução. Ainda lhe restará aplicar outra ‘atenção’ à leitura (literacia) ou ao que lhe bufam, digo, sopram ao ouvido.

  3. Ao que parece, dizer-se que é investigado desde que foi eleito prestar-se-á à tese de alguns “perseguição política”. Até dá a ideia de que os Sr.s Juízes da investigação não estão lá desde o tempo do Sócrates! Ao que se saiba ele foi “apanhado na conversa” com o legalmente escutado Vara, tanto que, alguém de topo do topo ordenou a destruição das escutas…
    Ao que se sabe, não são milhares, é que há amigos que se dão a milhões por fotocópias e aquilo de que gosto muito… e podes deixar uma parte à flausina…
    Aguarde-se pela formalização… E, já agora pela a “guerra” processual…

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