“Nenhum benefício”: mesmo que seja arguido, Montenegro vai ser candidato nas eleições

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PSD / Flickr

Luís Montenegro nas comemorações do 49º Aniversário do PSD.

“Avanço com certeza”. Primeiro-ministro garante que não tem qualquer motivo para se demitir. E fala sobre 200 mil euros em ações.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assegurou que será candidato nas eleições legislativas mesmo que seja constituído arguido no âmbito de um eventual processo relacionado com a empresa da sua família.

“Avanço com certeza”, respondeu Luís Montenegro quando questionado se avançaria com uma candidatura se fosse constituído arguido no processo relacionado com a Spinumviva, a empresa da sua família, em entrevista à TVI/CNN.

Na véspera de o parlamento debater uma moção de confiança ao Governo, Montenegro voltou a manifestar a convicção de que não cometeu qualquer crime no processo relacionado com a Spinumviva.

“Não me demito porque não tenho razão para me demitir. No momento em que eu tiver consciência de que há uma razão para cessar funções, não é preciso ninguém apontar-me a porta”, afiançou o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro tem noção de que o seu contexto “não é agradável”, e que houve alguns “erros de comunicação”; mas continua a garantir que não cometeu qualquer ilegalidade: “Tenho a convicção plena que não cometi nenhum crime. Até à data ainda ninguém me imputou nenhum crime”, lembrou.

“Eu não tirei nenhum benefício desta empresa, e não é desde que sou primeiro-ministro; é desde que sou presidente do PSD”.

“O caso foi muito enviesado. Não recebi qualquer avença!“, reforçou.

“É muito duro quando se fazem imputações e insinuações e se lançam acusações como as que têm recaído sobre mim nos últimos dias e semanas e que ainda por cima se transmitem para a família”, lamentou o líder do Governo.

Além de querer continuar a liderar o Governo, também quer liderar o PSD. Vem aí o Conselho Nacional do PSD, e atira: “Só quero estar à frente do PSD se o PSD quiser. Todos os elementos que disponho é que é essa a vontade do PSD”.

Não há ninguém no PSD que está a colocar a questão da liderança, não vejo ninguém a fazê-lo, mas o PSD é livre de o fazer”, acrescentou.

A “asneira” e os 200 mil euros

Mesmo passando muito tempo a desviar-se das questões centrais, Luís Montenegro contou que teve uma mais-valia de cerca de 200 mil euros quando vendeu ações do BCP – apenas uma semana antes de ter tomado posse como primeiro-ministro.

“Entendi que, apesar de [o investimento] vir desde 1998, como primeiro-ministro, não devia ter ações de uma entidade cotada na bolsa. Se não tivesse vendido essas ações, elas teriam valorizado três vezes mais”, assegura Montenegro.

Neste processo, Luís Montenegro explicou que comprou ações do Banco Português do Atlântico em 1998; vendeu depois com uma mais-valia “ainda razoável”. Mas fez uma “asneira”, disse o próprio, comprar mais tarde ações do BCP, num investimento “muito sofrido” – esteve muito tempo “em perda”.

Noutro tópico, contou também que, enquanto a sua casa estava em obras, pagou 250 euros por noite no hotel Epic Sana (5 estrela), com o qual tinha um acordo.

Com um motivo: “Achei que tinha direito a uma vida mais recatada. Fui eu que paguei”.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Estes “manfios” do Norte e da zona de Braga capturaram o PSD, mas não há ninguém dentro do partido que veja isso. Vergonhosa esta escumalha avençada, e de avental.
    Espero que o povo saiba premiar os “artistas”.
    Este “rústico” a mim nunca me enganou, enganou 3 lá em casa, só uma vez, espero!

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    • O dr. Pedro Coelho e o seu bando apoderaram-se do Partido Social Democrata, destruíram-no, e tornaram o PSD numa força política sem qualquer credibilidade; o Presidente Rui Rio tinha e tem toda a razão.

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  2. O Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, provocou uma crise política em conjunto com a dr.ª Lucília Gago, que está a trazer graves consequências para Portugal e os Portugueses, dissolveu a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, e a Assembleia da República, é um factor de instabilidade política.
    Junte-se a isto o envolvimento no «Caso das Gémeas» (https://expresso.pt/semanario/primeiro/em-destaque/2024-04-04-Caso-das-gemeas-IGAS-diz-que-Presidencia-da-Republica-condicionou-investigacao-e02b9166) e na contratação criminosa de serviços (https://www.sapo.pt/jornais/nacional/10256/2024-08-14).
    O Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, não tem condições para continuar no cargo, tem de se demitir ou ser demitido, não sendo compreensível que essa acção ainda não tenha sido tomada.

  3. A arrogância de Montenegro vai destrui-lo como político, arrastar o PSD com ele . As linhas vermelhas com o Chega foi o primeiro tiro no pé, a seguir as alianças com o PS pela sobrevivência foi o caminho para o abismo. O ego deste individuo é tão grande que governar em minoria para este Sr é demasiado difícil. Agora o país vai sofrer as consequenciais da sua paragem durante 2 meses e gastar mais dinheiro escasso em campanhas eleitorais inúteis.

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