Manuel de Almeida / LUSA
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel
Pedro Nuno Santos fala em “fuga” da comissão, Ministro dos Negócios Estrangeiros tem outra versão sobre o assunto.
Pedro Nuno Santos, enquanto confirmava que o PS votará contra a moção de confiança que o primeiro-ministro anunciou, acusou Luís Montenegro de preferir eleições a enfrentar uma comissão de inquérito.
No debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo PCP, Pedro Nuno Santos disse que Luís Montenegro sabe que terá da parte do PS o chumbo da moção de confiança, tal como já tinha adiantado durante o debate da moção de censura do Chega.
“A responsabilidade pela crise política é do primeiro-ministro”, acusou, considerando que o primeiro-ministro “preferiu atirar o país para eleições a dar explicações” e assim “fugir à comissão parlamentar de inquérito” pedida pelo PS.
Paulo Rangel e a “falácia”
O ministro dos Negócios Estrangeiros desafiou o PS a abster-se na moção de confiança, “se quer tanto” uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a situação do primeiro-ministro relativa à empresa Spinumviva.
Foi Paulo Rangel, ministro de Estado e número dois do Governo, que fez o encerramento pelo Governo do debate da moção de censura do PCP, na Assembleia da República, depois de Luís Montenegro ter anunciado na abertura que o Governo vai apresentar uma moção de confiança que poderá conduzir a eleições antecipadas.
O ministro acusou o PS de apenas ter proposto uma comissão parlamentar de inquérito quando percebeu que a moção de confiança do Governo iria mesmo avançar.
“Senhores deputados do PS, se querem tanto a Comissão Parlamentar de Inquérito, têm bom remédio, abstenham-se no voto de confiança e começa a inquirição daqui a 15 dias”, desafios.
Ou seja, a jogada do ministro foi desafiar os socialistas: se querem explicações sobre a Spinumviva, deixem o Governo governar; se não querem este Governo a governar, não vão ter explicações sobre a Spinumviva.
Traduzindo: o PS só terá as respostas que quer, se permitir que Luís Montenegro continue a ser o primeiro-ministro.
Já na manhã desta quinta-feira, o mesmo Paulo Rangel apareceu na rádio Observador para assegurar que o Governo não está a fugir à CPI. “Fico espantado com as pessoas dizem. Peço desculpa! Se o PS viabilizar o voto de confiança, haverá comissão parlamentar de inquérito. O PS é que não a quer fazer”.
“É preciso desmentir, estão a dizer coisas que não estão têm sentido absolutamente nenhum. É uma falácia, atirada nomeadamente por António Mendonça Mendes e Alexandra Leitão” – dois deputados do PS.
ZAP // Lusa
