Zaporizhzhia será o alvo de uma “máquina de guerra” de Putin que está a pressionar mais no conflito. Ameaça russa também em Donetsk.
A Rússia está a preparar-se para lançar nova ofensiva em Zaporizhzhia, uma das cidades já muito afectadas na guerra da Ucrânia e declarada anexada pelo presidente da Rússia.
É uma nova “onda do Kremlin” no sul da Ucrânia, numa fase em que a “máquina de guerra de Vladimir Putin está a pressionar com mais força e a destruir o moral ucraniano”, indica o The Economist.
O jornal sublinha que, no ano passado, a contra-ofensiva da Ucrânia (que foi um fracasso) originava uma notícia praticamente a cada metro quadrado de conflito.
Mas, agora, a Rússia está a reagir e quase ninguém está a prestar atenção.
Segundo os serviços de informação da Ucrânia, a operação do Kremlin pode envolver até 130.000 soldados.
Os ucranianos já estarão a construir novos “muros” à volta de Zaporizhzhia, como minas e obstáculos anti-tanque, indica o Meduza.
Mas não se sabe o momento exacto do ataque. Algumas fontes militares ucranianas duvidam de que seja num futuro próximo.
“Os russos ainda não estão prontos para atacar mas, quando estiverem, o primeiro golpe será o mais forte”, comentou um comandante ucraniano.
Kursk
Um dos motivos que apontam para um adiamento desta aparente ofensiva é Kursk.
Haverá quase 60.000 soldados russos – e outros milhares ucranianos – envolvidos nessa batalha sangrenta na Rússia, de onde já foram deslocados mais de 100.000 pessoas.
A Ucrânia invadiu Kursk em Agosto mas, três meses depois, está claramente a recuar.
De acordo com um alto funcionário militar ucraniano, citado na agência Reuters, a Ucrânia já perdeu mais de 40% do território que tinha conquistado em Kursk. Controlou no máximo 1.376 km2, agora fica-se pelos 800 km2.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, acredita que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, quer tirar os ucranianos de Kursk antes da tomada de posse de Donald Trump como presidente dos EUA, no dia 20 de Janeiro.
A ideia de Kiev era diminuir os ataques russos no leste e nordeste da Ucrânia, forçar a Rússia a recuar – e ter uma vantagem extra numa eventual negociação de paz.
Mas não estará a resultar: o exército russo está a avançar em Donetsk e no leste da Ucrânia no geral.
Nesta altura, a maior ameaça é em Kurakhove (como Zelenskyy já admitiu), onde a Rússia avança cerca de 200 a 300 metros por dia e já entrou em algumas áreas críticas.
Conquistar Kurakhove seria importante para o Kremlin, já que estaria mais acessível o centro logístico de Pokrovsk, na região de Donetsk.
Ao todo, a Rússia terá 575.000 soldados na Ucrânia. Mas quer chegar praticamente aos 700.000 militares.
Guerra na Ucrânia
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