“Palhaça assassina” libertada: o caso mais bizarro que a Florida já viu

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A “palhaça assassina” da Florida, Sheila Keen-Warren.

Há 18 meses, declarou-se culpada, mas diz ser inocente. Caso esteve arquivado durante anos, mas um cabelo mudou tudo, 27 anos depois do crime.

Foi libertada da prisão a mulher que se declarou culpada, há um ano e meio, do assassínio da ex-mulher do seu marido.

Sheila Keen-Warren, de 61 anos, passou os últimos 18 meses na prisão devido ao seu envolvimento no infame caso do “palhaço assassino”, que começou com um homicídio em 1990, na Florida, e que com o tempo se tornou um dos casos arquivados mais bizarros do estado norte-americano.

No ano passado, Keen-Warren aceitou declarar-se culpada das acusações de homicídio em segundo grau, por matar Marlene Warren, a ex-mulher do seu marido, enquanto estava vestida de palhaço, há mais de 30 anos.

O filho da vítima, Joseph Ahrens, disse às autoridades que a campainha tocou na casa da família e que a sua mãe abriu a porta a uma pessoa que se encontrava vestida com um fato de palhaço e uma peruca de palhaço cor de laranja. A pessoa entregou-lhe alguns balões — um dos quais em que se lia “és a maior!” — e depois deu-lhe um tiro na cara.

“Esta é a coisa mais estranha que eu já vi em todos os meus 19 anos de trabalho como agente da lei”, disse Bob Ferrell, na altura porta-voz do Gabinete do Xerife do Condado de Palm Beach, ao jornal Fort Lauderdale Sun-Sentinel, no dia a seguir ao crime.

Após anos de mistério e intriga em torno do crime, os investigadores conseguiram ligar Keen-Warren ao caso e prenderam-na em 2017, apesar de ela garantir que está inocente, relata a BBC.

As autoridades afirmam que Keen-Warren estava a ter um caso com o marido da vítima, com quem acabou por casar em 2002, mas só quando nova tecnologia lhes permitiu voltar a testar as provas de ADN  é que os investigadores a ligaram ao crime, depois de o caso ter sido reaberto em 2014.

Inicialmente, as suspeitas centraram-se rapidamente em Michael Warren, o marido da vítima, uma vez que amigos e familiares diziam que o casal estava a ter problemas conjugais.

Os detectives disseram ter sido informados, quatro meses após o homicídio, que Michael e Sheila tinham tido um caso e que Warren tinha pago a renda do apartamento de Keen-Warren depois de ela se ter separado do primeiro marido, relata a NBC News.

Mas um cabelo mudou tudo, 27 anos depois.

Ocabelo encontrado no carro do assassino correspondia ao de Sheila. As fibras cor-de-laranja encontradas em sua casa também bateram certo com as que foram encontradas no carro do assassino, provavelmente, da peruca do “palhaço assassino”.

Keen-Warren foi condenada a 12 anos de prisão em 2023. A sua libertação não foi propriamente inesperada — a lei da Florida permite uma libertação antecipada por bom comportamento.

“Sheila Keen-Warren será sempre uma assassina que o confessou e portará essa mancha todos os dias para o resto da sua vida”, disse o Procurador-Geral do Condado de Palm Beach, Dave Aronberg, em declaração à Associated Press no sábado.

Keen-Warren aceitou o acordo para ser libertada rapidamente. Se não o fizesse poderia enfrentar pena de prisão perpétua se o caso fosse a julgamento, disse Greg Rosenfeld, advogado de Kenn-Warren, à AP.

“Estamos absolutamente entusiasmados com o facto de Keen-Warren ter sido libertada da prisão e estar a regressar ao seio da sua família”, declarou Greg Rosenfeld à agência. “Como afirmámos desde o início, não foi ela que cometeu este crime”.

ZAP //

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