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Permanência de dois tripulantes no cockpit vai ser obrigatória

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, anunciou esta sexta-feira que vai tornar-se obrigatória a permanência de dois tripulantes em simultâneo no cockpit dos aviões, por uma questão de segurança.

A decisão foi tomada pela entidade reguladora do setor, o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), que emitirá ainda ao fim do dia uma recomendação nesse sentido.

“Esta diretiva entrará em vigor de imediato”, disse Sérgio Monteiro, acrescentando que esta será aplicável a todas as companhias aéreas sedeadas em Portugal.

A Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) recomendou também esta sexta-feira a presença em permanência de dois membros da tripulação nos cockpits dos aviões, na sequência do acidente do Airbus A320 da Germanwings.

Numa “recomendação temporária” divulgada no seu site, a agência afirma que “as companhias devem assegurar que pelo menos dois tripulantes, incluindo pelo menos um piloto qualificado, estejam no cockpit durante todo o voo”.

Para a EASA, as companhias devem “reavaliar os riscos (…) associados ao facto de um membro da tripulação abandonar o cockpit devido a necessidades operacionais ou fisiológicas”.

A agência precisa que a recomendação decorre da “informação atualmente disponível” sobre “o dramático acidente do voo 4U 9525 da Germanwings” e que “pode ser revista à luz de qualquer nova informação relativa ao acidente”.

“Enquanto ainda estamos a manifestar o nosso pesar pelas vítimas, todos os nossos esforços devem centrar-se em aumentar a segurança de passageiros e tripulações”, afirma o diretor-executivo da EASA, Patrick Ky, citado no texto.

A Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA), com sede em Colónia (Alemanha), é a agência da União Europeia responsável pela regulação da aviação civil.

A análise da gravação dos sons do cockpit do avião da Germanwings que se despenhou nos Alpes franceses concluiu que o piloto se ausentou do cockpit, provavelmente para usar a casa de banho, e foi impedido de voltar a entrar pelo copiloto, que bloqueou a porta.

Nesse período, o copiloto acionou deliberadamente o processo de descida do avião, ignorando as pancadas na porta, as tentativas de comunicação da torre de controlo e os alarmes do próprio aparelho.

O avião acabou por embater numa montanha, nos alpes franceses, matando todos os 144 passageiros e seis tripulantes a bordo.

/Lusa

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