Aplauso de pé para o atrasado Ventura. Aguiar-Branco irritou-se

António Pedro Santos / LUSA

O presidente do Chega, André Ventura

Momento pouco habitual protagonizado por toda a bancada do Chega, quando um deputado do PSD falava sobre incêndios.

Foi um dos momentos mais invulgares na Assembleia da República. Outros chamarão ridículo.

Aconteceu nesta sexta-feira, em plenário, quando se estava a debater o cenário preocupante dos incêndios que abalou Portugal em Setembro.

Curiosamente, foi logo a seguir à intervenção de uma deputada do Chega (Rita Matias) que se verificou uma interrupção provavelmente inédita.

Nuno Gonçalves, deputado do PSD, começou a falar e o seu discurso focou-se primeiro num elogio aos bombeiros.

Mal disse “bombeiros”, foi interrompido por aplausos. Outros deputados do PSD ouviram os aplausos e também aplaudiram.

Mas, no segundo seguinte, viram toda a bancada parlamentar do Chega de pé e acharam estranho aquela ovação a um discurso de alguém do PSD – é que motivo das palmas era outro.

André Ventura, atrasado, tinha acabado de entrar no hemiciclo. Os deputados do Chega viram o seu líder e levantaram-se para o aplaudir.

Provavelmente devido à sua mais recente posição pública, as suas declarações recentes sobre alegadas reuniões com o primeiro-ministro e alegada proposta de o Chega integrar o Governo.

O cronómetro foi interrompido, a pedido de Aguiar-Branco. O presidente da Assembleia da República não gostou.

“Foi uma indelicadeza para com todos os outros deputados. Não posso deixar de registar de forma desagradável porque os trabalhos foram interrompidos por um motivo que nada tem a ver com a ordem do dia”.

Fica este reparo. Fica este reparo. Fica este reparo. Fica este reparo!”, repetiu um irritado Aguiar-Branco, acrescentando que “a lealdade é recíproca“, com direito a aplausos dos outros deputados, incluindo da esquerda.

Pedro Pinto, do Chega, ainda gritava por cima, a reclamar daquela reacção.

Nuno Gonçalves (PSD) voltou ao seu discurso e reagiu com tranquilidade: “Se houve algo que correu bem, foi o aplauso ter sido dado quando estávamos a homenagear os bombeiros”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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