Pelo menos quatro dos cinco fugitivos terão usado telemóveis com encriptação antiescuta na preparação e já durante a fuga.
Os cinco reclusos que fugiram da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, no dia 7 de setembro, utilizando aplicações de telemóvel encriptadas para evitar escutas durante a fuga.
As imagens da videovigilância capturaram parte da ação, mostrando Fernando Ferreira, um dos fugitivos, a usar um auricular. Pelo menos quatro dos cinco reclusos fugitivos utilizaram essas ferramentas, tanto na preparação como no momento da evasão, para comunicar com três cúmplices no exterior, avança o Correio da Manhã.
A fuga gerou controvérsia devido a estarem apenas 33 guardas prisionais de serviço e devido aos atrasos nos avisos às autoridades, com a PJ e a PSP a serem alertadas só três horas depois.
O caso também levou à demissão do então diretor-geral das cadeias, Rui Abrunhosa Gonçalves, que culpou os guardas prisionais pela falha. Em entrevista à RTP, Gonçalves destacou a responsabilidade dos guardas no fracasso da segurança.
No entanto, a sua acusação foi contestada por Hermínio Barradas, presidente do Sindicato de Chefias, que criticou o ex-diretor-geral, afirmando que “é muito fácil falar sobre guardas, quando se foi cúmplice das falências do sistema“.
Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional, também lamentou a tentativa de Abrunhosa Gonçalves “sacudir a água do capote para a guarda prisional”. “Quem perdeu a confiança política foi ele, não fomos nós”, concluiu.
Maria Isabel Leitão, a nova diretora-geral, esteve em Vale de Judeus para avaliar o incidente. Leitão já esteve envolvida numa polémica em 2017, quando foi condenada pelo Tribunal de Contas a devolver 12 500 euros pagos indevidamente durante o seu mandato como vice-presidente da Autoridade Florestal. No entanto, o Ministério da Justiça não vê esse passado como um impedimento para que ela assuma o cargo.
São muito provavelmente amigos de Marcelo e de Costa e se calhar também de Montenegro.
Pagaram bem para poderem fugir. Ponto