Recapturado mais um fugitivo de Vale de Judeus. Só faltam dois

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A Polícia Judiciária (PJ) recapturou esta terça-feira, em Itália, Shergili Farjiani, um dos cinco fugitivos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus e o terceiro a ser apanhado, depois de Fábio Loureiro e Fernando Ferreira.

Foi recapturado em Itália mais um dos evadidos de Vale de Judeus.

A operação que permitiu a detenção de Shergili Farjiani decorreu na cidade de Pádua, no norte de Itália.

Em comunicado, a PJ adiantou que a captura de Shergili Farjiani, de 40 anos, resultou de “um persistente, complexo e ininterrupto trabalho de investigação e de recolha de informação”.

“A operação policial contou com a colaboração das autoridades italianas para recapturar este cidadão georgiano com extensa carreira criminal, como crimes de furto violento e falsificação de documentos”, pode ler-se.

A PJ realçou que recaía sobre este evadido georgiano “um mandado de detenção europeu emitido pela autoridade judiciária competente, constando de notícia vermelha na Europol”.

A fuga de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho da Azambuja, envolveu cinco reclusos, dois deles portugueses já recapturados: Fábio Loureiro, em outubro, e Fernando Ferreira, em novembro.

Após a captura de Shergili Farjiani, continuam em fuga um cidadão da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer.

Fábio Loureiro foi o primeiro dos cinco fugitivos a ser apanhado em Marrocos, no dia 7 de outubro. Também conhecido como Fábio “Cigano”, o homem de 33 anos foi condenado a 25 anos, pelos crimes de tráfico de menor quantidade, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, injuria, furto qualificado, resistência e coação sobre funcionário e condução sem habilitação legal.

Seguiu-se Fernando “Careca”, em meado de novembro, o outro português do “grupo”. O homem de 61 anos havia sido condenado a 25 anos pelos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa, furto, roubo e rapto. Foi apanhado numa aldeia em Trás-os-Montes.

Agora, foi a vez de Shergili Farjiani, de 40 anos, que tinha sido condenado a 7 anos, pelos crimes de furto, violência depois da subtração e falsificação de documentos.

“Não estava no menu da fuga”

Como explicou o jornalista da SIC, Luís Maia, com base do que se diz no “meio prisional”, Farjiani não estaria no “menu da fuga”.

O recluso georgiano terá aproveitado a brecha concedida dos companheiros para fugir da prisão, não tendo, no entanto, os mesmo recursos que os restantes: “Ele terá visto os outros a fugir e a escada encostada ao muro e aproveitou a boleia para se vir embora”.

Como tal, Luís Maia considera que, depois dos portugueses, esta seria a ordem de recaptura mais natural.

Só faltam dois:

  • o argentino Rodolf José Lohrmann, de 59 anos, que cumpria pena de 18 anos e 10 meses pelos crimes de associação criminosa, furto, roubo, falsas declarações e branqueamento de capitais.
  • e o britânico Mark Cameron Roscaleer, de 39 anos, que foi condenado a 9 anos, pelos crimes de sequestro e roubo.

Esta fuga levou o Ministério da Justiça a avançar com a instauração de nove processos, visando o ex-diretor, o chefe da guarda e sete guardas prisionais, uma decisão que resultou das recomendações do relatório elaborado pelo Serviço de Auditoria e Inspeção (SAI) da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).

Numa nota divulgada em outubro, o Ministério da Justiça destacou ainda a abertura de dois inquéritos autónomos: um relativamente ao comissário do estabelecimento prisional, pela “falta de concretização de uma medida de segurança e sobre uma situação de absentismo prolongado”, e outro à Direção dos Serviços de Segurança “para avaliar o seu funcionamento e a capacidade de resposta a situações desta natureza”.

Foi ainda emitida às entidades competentes certidão para apurar responsabilidades disciplinares em relação a militares da GNR sobre “as condições em que foram cedidas, sem autorização, as imagens de acontecimentos no estabelecimento prisional de Vale de Judeus à Comunicação Social.

ZAP // Lusa

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