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Centenas de polícias tentaram entrar no Parlamento

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Agentes das forças de segurança aguardam para assistir à sessão plenária sobre a aplicação do regime de atribuição do suplemento de missão, na Assembleia da República

Afinal, polícias deram ouvidos a André Ventura e dirigiram-se à Assembleia para assistir à sessão plenária sobre a aplicação do regime de atribuição do suplemento de missão — com os cêntimos de Montenegro ao barulho.

Apesar de as principais associações da GNR e sindicatos da PSP se terem demarcado da convocatória do Chega, centenas de elementos das duas forças de segurança aguardavam esta quinta-feira à tarde junto à porta lateral da Assembleia da República para entrar para as galerias e marcar presença no debate sobre a atribuição do suplemento de missão às forças de segurança.

Alguns dos polícias, vestidos à civil, relataram estar há cerca de duas horas a aguardar para passar a revista de segurança e seguir para as galerias, tal como apelaram os movimentos Zero e Inop e André Ventura nos últimos dias.

Preciso que venham para o Parlamento, nas galerias e fora do Parlamento, mostrar a força (…) venham do país inteiro”, propôs o líder do Chega.

 

Um grupo de deputados do Chega, encabeçado por Pedro Razão, desceu do hemiciclo para verificar o que se passava com a demora nas entradas, tendo o deputado considerado inadmissível a fila e o tempo de espera. Questionado sobre se o Chega estava a aproveitar para politizar o protesto das forças de segurança, Frazão rejeitou responder.

Aproveitando a presença dos deputados, alguns dos polícias gritaram “Vergonha, vergonha”.

Cerca das 16h00, a fila estendia-se por toda a lateral da Assembleia da República que debate esta quinta propostas do Chega, PCP e PAN para atribuir o suplemento remuneratório à PSP e à GNR.

O Chega propõe a atribuição de um suplemento de missão à PSP, GNR e guardas prisionais equiparado ao da Polícia Judiciária, em substituição do “suplemento por serviço e risco nas forças de segurança, tanto na sua componente fixa como variável”.

“Nem mais um cêntimo? Então rua!”

No debate, Ventura disse que as forças de segurança salientou que ser dia de “resolver uma injustiça histórica” e aprovar as propostas para atribuição de um suplemento salarial.

Aproveitando a expressão utilizada pelo primeiro-ministro, de que o Governo não vai colocar “nem mais um cêntimo” na proposta para as forças de segurança, o presidente do Chega defendeu que estes profissionais “não querem cêntimos, querem dignidade”.

“Nem mais um cêntimo? Então, nem mais um minuto! Rua!!!!…”, lia-se num dos cartazes dos polícias à porta da Assembleia, onde os polícias começaram mesmo a recolher cêntimos para dar ao primeiro-ministro.

Os cêntimos foram entregues por Ventura já dentro da sessão plenária, marcada por barulho e agitação, e que por isso teve de ser interrompida brevemente por Aguiar Branco.

“Nunca vimos o que se está a passar. É indescritível”, queixou-se, à CNN, um dos polícias que não conseguiu entrar devido à demora nas revistas.

Jorge Rufino, dirigente sindical, demarcou-se da posição do Chega. “Temos a nossa autonomia. Não andamos a reboque de nenhum partido“, garantiu.

ZAP // Lusa

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