José Castelo Branco foi confrontado com as acusações de violência doméstica sobre a esposa de 96 anos, Betty Grafstein, numa entrevista no programa “Dois às 10” na TVI. Nega tudo e diz que a milionária norte-americana foi “manipulada”.
“Eu não falhei com a minha mulher”. É desta forma peremptória que José Castelo Branco nega as acusações de violência doméstica contra ele. O socialite não se pode aproximar da esposa e está com pulseira electrónica depois de ter sido ouvido por um juiz.
“Fizeram-lhe uma lavagem cerebral”, lamenta José Castelo Branco no programa “Dois às 10” da TVI após ter estado detido para interrogatório.
O negociador de arte foi confrontado com um áudio com a voz de Betty Grafstein que foi entregue ao tribunal, e onde a antiga joalheira diz que José Castelo Branco “é um abutre”.
“Abanou-me, empurrou-me para a frente e para trás e fez uma grande cena”, pode ouvir-se no áudio. “Foi ele que fez isto, empurrou-me“, afirma ainda a norte-americana.
José Castelo Branco reconhece que “é a voz da Betty”, mas está certo de que houve “manipulação”, pois diz que não sabe por que é que ela terá dito isto. “Fizeram-lhe achar” que o que aconteceu pode ter sido agressão, acrescenta.
“Querem-me separar da Betty e querem que a Betty morra sozinha”, diz ainda o polémico socialite, revelando que a antiga joalheira “sofreu muito no primeiro casamento”, onde o pai do único filho, Roger, terá sido “extremamente violento”.
José Castelo Branco fala em “manipulação de todo o hospital”
José Castelo Branco alega que a esposa estava a melhorar até que “um jornalista, ou pseudo-jornalista, a visitou”, referindo-se ao fotógrafo Abel Dias que denunciou na imprensa os alegados maus-tratos. Os dois homens terão uma desavença antiga.
Assim, o socialite fala de uma “cabala” e acusa também os médicos do hospital da CUF, em Cascais, onde Betty está internada. “Os médicos quiseram-me afastar porque eu sou muito chato, muito intenso”, diz.
“Eu não queria que aquele médico fosse o médico da Betty”, aponta ainda, salientando uma alegada “manipulação de todo o hospital”. “Meteram-lhe isso na cabeça”, considera.
Em declarações aos jornalistas, o advogado de José Castelo Branco também insinuou que o caso resulta de um desejo de vingança dos médicos com quem o socialite teve “conflitos” no âmbito da hospitalização da esposa.
José Castelo Branco também refere que a esposa “teve umas semanas antes” da queda que a levou ao hospital alguns sinais de alegada demência, e diz que não reconheceu o seu filho, Guilherme, no dia anterior a ser hospitalizada.
Assume que Betty se queixava de “bullying”
Na entrevista à TVI, José Castelo Branco revela ainda que Betty “caiu três vezes” em casa, onde estavam sozinhos, no dia em que acabou por ser hospitalizada. E nega que a tenha empurrado.
“O meu grande pecado é estar sempre a defender a Betty, e a protegê-la” e “estar sempre em cima dos médicos”, sublinha o negociador de arte que admite que pode ter sido “agressivo em palavras” para os médicos.
Quanto à alegada forma rude com que falava com Betty, segundo alguns testemunhos, assume também que para quem não o conhece, poderia ser considerada “agressiva”.
José Castelo Branco também revela que a mulher lhe dizia, por vezes, “estás a fazer-me bullying” quando queria arranjá-la e que se apressasse. Mas alega que só queria que ela estivesse “maravilhosa”.
“Ela dizia-me que é velha, tenho 96 anos”, conta, frisando que lhe respondia: “Eu não quero saber. Pode ter 100 anos. Vai estar fantástica”. “Levante-se, mexa-se, seja firme como uma rainha! Chamam a isto bater?”, atira ainda José Castelo Branco.
Estas declarações estão a ser interpretadas, por anónimos e figuras públicas, como um assumir de culpas. “É um dos meltdowns auto-incriminatórios mais impressionantes que vi na televisão”, escreve Nuno Markl no seu perfil do Instagram.
“Parece tão dolorosamente claro – praticamente assumido – que Castelo Branco tem sido um bully terrível para aquela mulher durante anos”, acrescenta o humorista.
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Pala num olho foi porque Betty “bateu numa porta de vidro”
“Eu fiz tudo por amor, para levantá-la”, garante, apontando que “não quis nunca aceitar que pudesse perder a Betty e que ela pudesse envelhecer”.
Confrontado com uma sessão fotográfica em 1999, onde Betty Grafstein posou com uma pala num olho, José Castelo Branco relata que a esposa “bateu numa porta de vidro” numa “loja da Louis Vuitton”, negando os rumores de que a teria esmurrado.
José Castelo Branco explicou que a pala no olho de Betty Grafstein foi devido a um acidente numa loja da Louis Vuitton.
Betty terá dito “Se calhar foi o José que me deu um murro no olho,” o que José descreveu como “o típico humor inglês”, que os portugueses não entendem. pic.twitter.com/atoWOmYdcG
— Mundo Vivo (@mundo__vivo) May 9, 2024
O socialite também refere que não mantém relação com o filho da esposa que vive nos EUA e que gere a fortuna da mãe. Mas acusa Roger de ter “raiva da mãe”. A relação entre ambos nunca terá sido pacífica.
Roger já terá apresentado queixa de José Castelo Branco por violência doméstica em 2003, de acordo com o Correio da Manhã (CM), depois de ter visto a mãe com “hematomas” no rosto.
Há ainda rumores de que José Castelo Branco insistiu para que Betty fizesse várias cirurgias plásticas e para que perdesse peso.
Golpe com palacete de Betty e desvio de obras de arte
José Castelo Branco está ainda a ser acusado de ter enganado Betty, com a ajuda do ex-concorrente do reality show Big Brother, Pedro Pico, no âmbito do arrendamento de um palacete em Sintra, de que é proprietária.
“Betty pensava que estava a arrendar o palacete por seis meses e não sabia que era por 10 anos“, refere Pedro Pico em declarações à CMTV.
O empresário nota que José Castelo Branco estava a pensar na morte de Betty e que tinha receio de que a casa ficasse para o filho dela. “Porque é que tu não fazes um alojamento local e daqui a uns dois anos vou para lá viver?”, terá sugerido a Pedro Pico, segundo a versão deste.
Estas declarações podem vir a dar origem a um processo por fraude e à anulação do contrato de arrendamento, se se provar que houve má-fé.
Há ainda suspeitas sobre o alegado desvio de obras de arte da casa de Betty para uma loja de Cascais que pertence a uma amiga de José Castelo Branco, ainda segundo a CMTV.