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McDonald’s compra os seus próprios restaurantes em Israel após boicote

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Wikimedia Commons

McDonald’s em Israel

“Tragédia humana” na Faixa de Gaza pesa na McDonald’s — e isso vê-se nas contas da empresa. Starbucks e Domino’s também têm sido alvo de boicotes por alegadas posições pró-israelitas.

Alvo de boicotes desde que o seu franchise Alonyal anunciou que iria oferecer refeições gratuitas a soldados israelitas e a hospitais durante a guerra entre Israel e o Hamas, em outubro do ano passado, a McDonald’s anunciou que vai comprar todos os seus 225 restaurantes de volta à empresa que gere o franchise em Israel.

A decisão terá sido tomada autonomamente — uma vez que os franchises do McDonald’s são muitas vezes propriedade local e funcionam de forma autónoma.

Os outros restaurantes McDonald’s no Médio Oriente — alguns dos quais fizeram doações a Gaza em solidariedade com os palestinianos — rapidamente se afastaram da política por não quererem ser associados a nenhum dos lados do conflito.

Os apelos a um boicote contra o McDonald’s espalharam-se pelas redes sociais, principalmente no Egito.

“Tragédia humana” que pesa na McDonald’s

O CEO Chris Kempczinski já tinha afirmado que a empresa tinha registado um “impacto comercial significativo” em vários mercados do Médio Oriente e em alguns fora da região devido ao conflito entre Israel e o Hamas, avança a Al Jazeera esta sexta-feira.

“Enquanto este conflito, esta guerra, continuar (…) não esperamos ver qualquer melhoria significativa neste domínio”, afirmou Kempczinski. “É uma tragédia humana, o que está a acontecer, e penso que isso pesa em marcas como a nossa.”

O crescimento das vendas da divisão da cadeia de fast-food para o Médio Oriente, China e Índia foi de apenas 0,7% durante os meses de outubro e dezembro — muito abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para os 5,5%.

“Durante mais de 30 anos, a Alonyal Limited orgulha-se de trazer os Arcos Dourados para Israel e servir as nossas comunidades”, disse Omri Padan, CEO e proprietário da Alonyal, em comunicado na quinta-feira.

A McDonald’s acrescentou que “continua empenhada no mercado israelita e em garantir uma experiência positiva para os funcionários e clientes no mercado”.

A gigante do fast-food põe assim ponto final a um franchise com 30 anos de existência que emprega mais de cinco mil pessoas. Os empregados devem manter-se, mas a McDonald’s tornar-se-á proprietária dos pontos de venda e das operações da Alonyal. Os termos da transação não foram divulgados.

Starbucks e Domino’s na “lista negra”

Outra grande cadeia, a Starbucks, também tem sido alvo de campanhas de boicote devido à sua posição pró-israelita e aos seus alegados laços financeiros com Israel.

A Domino’s, fabricante de pizzas sediado nos EUA e — tal como a Starbucks — presente em Portugal, também foi alvo de críticas depois de publicações nas redes sociais terem afirmado, sem provas, que tinha dado comida gratuita a soldados israelitas.

As vendas nas mesmas lojas da marca caíram 8,9% na Ásia no segundo semestre de 2023, principalmente porque os consumidores na Malásia a associaram aos EUA, um aliado israelita, disse um funcionário da empresa à Al Jazeera.

ZAP //

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