Um agricultor de Menasalbas, no município de Toledo, em Espanha, deparou-se esta semana com três pequenos linces recém-nascidos num dos celeiros onde guarda fardos de palha.
Foi com surpresa que um agricultor espanhol encontrou três filhotes de lince ibérico (Lynx pardinus) a dormir, sozinhos e tranquilamente, num dos celeiros da sua quinta, em Menasalbas, Toledo.
Este tipo de nascimentos não são frequentes, embora haja vários casos registados de fêmeas de lince ibérico que escolheram edifícios desabitados para se abrigarem e dar à luz as suas crias, explica o jornal espanhol El País.
O agricultor pensou inicialmente que eram gatos, mas achou-os diferentes e avisou o 112, conta Alfonso Sánchez, coordenador dos agentes ambientais de Castilla-La Mancha, citado pelo periódico espanhol.
O agricultor guarda nesse celeiro palha de reserva, que não usa regularmente, pelo que a mãe dos linces bebés ali terá encontrado refúgio para dar à luz em paz.
Agentes ambientais e da Guarda Civil espanhola deslocaram-se então à propriedade, onde, depois de verificar que as crias ainda se encontravam no leito de palha, instalaram câmaras fotográficas para observar a atividade da mãe e dos três filhotes.
Depois de os ter alimentado durante um dia e meio, a mãe, um exemplar nascido em liberdade e que não está equipada com nenhum dispositivo que permita o seu rastreamento, decidiu levá-los para outro lugar.
Este tipo de acontecimento, embora incomuns, estão a tornar-se mais habituais, apesar de estes felinos, que deixaram a lista de espécies em risco de extinção em 2015, escolham habitualmente lugares habitados mas pouco frequentados.
Um dos casos mais emblemáticos da escolha de um celeiro por um lince para criar os filhotes teve como protagonista Odrina, uma fêmea nascida em liberdade que em 2019 escolheu um celeiro que não estava a ser usado numa grande propriedade agrícola na província de Ciudad Real.
Curiosamente, conta o El País, Odrina tinha nascido exatamente no mesmo sítio. A sua mãe, criada num programa de reprodução de linces ibéricos em cativeiro, encontrou ali o abrigo certo para dar à luz as suas crias. O mais comum, no entanto, é que os linces optem por usar troncos ocos ou buracos nas pedras.
A população de lince ibérico alcançou em 2020, pela primeira vez em 20 anos, mais de 1.000 exemplares em toda a Península Ibérica. O número registado nesse ano, 1.111, foi o mais elevado desde que existem programas de monitoração, e 30% superior aos 855 exemplares registados em 2019.