Prejuízos superiores a 62 milhões de euros. Mais de metade deste resultado está relacionado com a internacionalização.
Há um buraco nas contas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).
De acordo com o Correio da Manhã, as estimativas da própria entidade são de prejuízos de 62.3 milhões de euros no ano passado. A previsão surge no Plano de Actividades da SCML para 2024.
A internacionalização da Santa Casa é a maior responsável por esta queda: 36.7 milhões de euros (mais de metade do prejuízo global) são consequência impacto negativo já apurado nas contas da Santa Casa Global.
A Santa Casa Global investiu 20 milhões de euros nestes dois primeiros anos e não teve receitas.
Para evitar um tombo ainda maior, a provedora Ana Jorge já tinha decidido cancelar a parceria com o Banco de Brasília, anunciada em 2023.
O recuo surgiu depois da auditoria externa ter mostrado que, só no Brasil, a entidade tem uma rede de 5 empresas e 11 sócios. Uma rede “confusa”, admitiu a própria Ana Jorge.
O prejuízo do ano passado é também um resultado das auditorias às contas de 2021 e 2022 da SCML – que ainda podem agravar estes números – que resultaram em prejuízo de 25.6 milhões de euros.
Nesse Plano de Actividades, a provedora admite “uma situação financeira difícil, que urgia conhecer em profundidade para, o mais rapidamente, começar a corrigir”.
“Admite-se se que venha a ser necessário reforçar o orçamento de 2024 em cerca de 40 milhões de euros”, lê-se no documento. Será preciso “aumentar as receitas e, em simultâneo, reduzir as despesas”.
O jornal lembra também que, durante a COVID-19, se registou uma diminuição considerável nas receitas dos jogos.