O antigo máximo responsável do Novo Banco em Espanha Pedro Jesús Escudero interpôs dois processos contra o banco português, nos quais exige dois milhões de euros de indemnização por despedimento sem justa causa.
De acordo com o jornal digital espanhol El Confidencial, Pedro Jesús Escudero foi despedido na segunda-feira passada, com o Novo Banco a acusá-lo de ter autorizado oito operações de crédito alegadamente irregulares.
Em contrapartida, o gestor acusa o Novo Banco de assédio laboral, tendo por isso apresentado duas queixas em tribunal.
Na primeira queixa, ainda segundo o jornal, Pedro Jesús Escudero refere que a administração lhe mudou as condições para poder realizar o seu trabalho como máximo responsável. O gestor diz que lhe foi imposto um diretor-geral adjunto, José Pinto Ribeiro, a quem acusa de lhe ter usurpado funções.
“Tornaram-me a vida impossível”, declarou Pedro Jesús Escudero, citado pelo El Confidencial.
Esta primeira queixa foi levada terça-feira a mediação arbitral, sem que as partes tenham chegado a acordo.
Ainda na terça-feira, Escudero interpôs outra ação a pedir a nulidade da sua destituição, processo que será alvo de mediação arbitral a 20 de fevereiro.
“Na recente reunião de quadros de direção em Lisboa, o presidente do grupo agradeceu-me pessoalmente o trabalho feito em Espanha”, acrescenta Escudero, que agora reclama dois milhões de euros ao Novo Banco.
Já o Novo Banco considera que há razões objetivas para o despedimento, tendo acusado Escudero, por escrito, de ter autorizado oito operações irregulares na concessão de crédito.
Segundo o El Confidencial, o banco não o acusa de ter ficado com dinheiro para benefício pessoal, mas apenas de não ter cumprido as normas internas na aprovação de créditos para empregados e clientes.
Por outro lado, os novos gestores do Novo Banco acusam-se de ter autorizado a si mesmo um bónus relativo ao exercício de 2013.
Na sequência da crise do Banco Espírito Santo, a filial espanhola – que chegou a ter 8 mil milhões em ativos e cerca de 4,2 mil milhões em depósitos comerciais – perdeu cerca de 15% do seu negócio.
Também teve cerca de 500 milhões de perdas relacionadas com créditos a empresas, como a Pescanova, a La Sirena ou a High Tech Hoteles, que posteriormente foram vendidas com prejuízos ou que entraram em falência.
A agência Lusa tentou, sem êxito, obter esclarecimentos por parte do Novo Banco.
/Lusa
Indemnização? vai trabalhar para as obras seu malandro.