Em 2010, Manuel Cajuda esteve na calha para assumir o comando técnico da seleção portuguesa de futebol. Contudo, a “falta de relações amistosas com “o BES, uma determinada marca e de um determinado agente” terão prejudicado o treinador. “Havia alguém que era o ‘dono disto tudo'”. A escolha da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) acabou por recair em Paulo Bento.
Manuel Cajuda diz que, em 2010, foi descartado para treinar a seleção portuguesa de futebol por não ter ligações ao BES – Banco Espírito Santo.
Em entrevista ao podcast Final Cut da Sports Tailors, o treinador contou que, após o Mundial da África do Sul, foi levantada a possibilidade de suceder Carlos Queiroz no cargo de selecionador nacional.
O agora presidente do Olhanense revelou que, para além dele, a FPF tinha em cima da mesa os nomes de Paulo Bento e Luis Aragonés: “Na altura foi o Paulo Bento que ficou como selecionador. E eu achei bonito, o Paulo mereceu até foi um bom selecionador”.
Manuel Cajuda alega, porém, que terá sido desfavorecido por fatores extra futebol – por exemplo, por não ter qualquer relação com o BES, nem com “um certo agente e uma certa marca”.
No processo de escolha, o, àquela data, treinador o Al Sharjah do Emirados Árabes Unidos (EAU) terá sido questionado sobre se conhecia alguém importante no BES “Quando eu contei essa história, acharam que eu estava a papaguear, armado em lírico… mas, ao fim de uns aninhos veio a perceber-se que, afinal, havia alguém que era o ‘dono disto tudo’“.
“Havia alguém que decidia e não poupava esforços sobre quem entrava na seleção, como também um determinado agente e uma marca desportiva. Curiosamente eu não tinha relações amistosas com qualquer uma das partes“, acrescentou.
Com ligações ao BES, à tal marca e ao tal agente ou não, Paulo Bento assumiu as rédeas da seleção das Quinas, onde permaneceu até 2014.
Manuel Cajuda acabou por ficar mais um ano nos EAU, antes de voltar a Portugal pela porta da União de Leiria.
Em maio deste ano, o treinador natural de Olhão foi eleito presidente do histórico Olhanense, que milita, atualmente, nas distritais do Algarve.