O que faltou a Manuel Cajuda para ser selecionador nacional? Amizade com o BES

Manuel Cajuda / Facebook

Em 2010, Manuel Cajuda esteve na calha para assumir o comando técnico da seleção portuguesa de futebol. Contudo, a “falta de relações amistosas com “o BES, uma determinada marca e de um determinado agente” terão prejudicado o treinador. “Havia alguém que era o ‘dono disto tudo'”. A escolha da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) acabou por recair em Paulo Bento.

Manuel Cajuda diz que, em 2010, foi descartado para treinar a seleção portuguesa de futebol por não ter ligações ao BES – Banco Espírito Santo.

Em entrevista ao podcast Final Cut da Sports Tailors, o treinador contou que, após o Mundial da África do Sul, foi levantada a possibilidade de suceder Carlos Queiroz no cargo de selecionador nacional.

O agora presidente do Olhanense revelou que, para além dele, a FPF tinha em cima da mesa os nomes de Paulo Bento e Luis Aragonés: “Na altura foi o Paulo Bento que ficou como selecionador. E eu achei bonito, o Paulo mereceu até foi um bom selecionador”.

Manuel Cajuda alega, porém, que terá sido desfavorecido por fatores extra futebol – por exemplo, por não ter qualquer relação com o BES, nem com “um certo agente e uma certa marca”.

No processo de escolha, o, àquela data, treinador o Al Sharjah do Emirados Árabes Unidos (EAU) terá sido questionado sobre se conhecia alguém importante no BES “Quando eu contei essa história, acharam que eu estava a papaguear, armado em lírico… mas, ao fim de uns aninhos veio a perceber-se que, afinal, havia alguém que era o ‘dono disto tudo’“.

Havia alguém que decidia e não poupava esforços sobre quem entrava na seleção, como também um determinado agente e uma marca desportiva. Curiosamente eu não tinha relações amistosas com qualquer uma das partes“, acrescentou.

Com ligações ao BES, à tal marca e ao tal agente ou não, Paulo Bento assumiu as rédeas da seleção das Quinas, onde permaneceu até 2014.

Manuel Cajuda acabou por ficar mais um ano nos EAU, antes de voltar a Portugal pela porta da União de Leiria.

Em maio deste ano, o treinador natural de Olhão foi eleito presidente do histórico Olhanense, que milita, atualmente, nas distritais do Algarve.

Miguel Esteves, ZAP //

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