O director do serviço de neuropediatria do Hospital de Santa Maria, Levy Gomes, contraria a versão da ex-ministra da Saúde Marta Temido no caso das gémeas brasileiras que receberam um tratamento de 4 milhões de euros no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Não foi um encaminhamento normal porque estes doentes não vieram pela urgência, nem pelo médico de família”, garante Levy Gomes em declarações à TVI no âmbito da versão que Marta Temido apresentou sobre o caso das gémeas brasileiras com atrofia muscular espinhal que foram tratadas com o medicamento Zolgensma no Hospital de Santa Maria, em Junho de 2020.
A ex-ministra da Saúde negou qualquer influência no caso e salientou que casos como o das gémeas brasileiras são “habituais” em Portugal. Também assegurou que não teve “qualquer contacto com o senhor Presidente da República relativamente a este caso”. O próprio Marcelo Rebelo de Sousa já negou qualquer envolvimento.
Mas Levy Gomes garante na TVI que o serviço de neuropediatria do Hospital de Santa Maria recebeu vários telefonemas do Ministério da Saúde quando Temido tinha a pasta e assegura que há documentos que o comprovam.
“A minha colega que trata deste processo é extremamente organizada, ela tem uma pasta enorme de documentos, de emails, etc.”, sublinha o médico.
“Se ela escreve, repetidamente, que foi por pressão, ou indicação do Secretário de Estado [da Saúde] e se ela me diz, claramente, que houve telefonemas da secretária da senhora ministra para a direcção do meu serviço, eu acredito 100% nela”, acrescenta Levy Gomes.
Carta da Presidência sobre as gémeas brasileiras terá desaparecido
Marta Temido também falou de “uma carta da Casa Civil da Presidência da República” que foi “remetida através do chefe de Gabinete do senhor primeiro-ministro” para o Ministério da Saúde, a propósito do caso das gémeas, e que estava “acompanhada de outros pedidos de outros utentes com situações e com problemas”.
A ex-ministra diz que a carta teve “a tramitação habitual”, mas o seu paradeiro não é conhecido.
O Ministério da Saúde confirma a recepção da carta numa nota enviada ao Correio da Manhã (CM), mas não esclarece o que aconteceu à missiva.
Uma nota enviada pelo gabinete do primeiro-ministro ao CM confirma que a carta da Casa Civil da Presidência foi encaminhada para o Ministério da Saúde que “analisa as situações e dá-lhes o encaminhamento que considera mais adequado”.
“Os conteúdos das missivas trocadas entre a Presidência da República e o gabinete do primeiro-ministro não são públicos“, acrescenta a nota, escusando-se a revelar o que continha a carta.
A outra carta decisiva
Entretanto, haverá outra carta assinada pela mãe das crianças, Daniela Martins, que pode ser decisiva neste caso. A existência desta segunda carta tem sido negada pelo chefe da Casa Civil do Presidente da República, mas a TVI divulgou-a, frisando que acompanha os relatórios médicos sobre a situação clínica das gémeas.
Esta carta da mãe das meninas tem “três parágrafos escritos em português do Brasil” e aponta que o tratamento de quatro milhões de euros em Portugal, era a “única esperança de cura”, conforme revela a TVI.
Esta alegação já foi desmentida pelos médicos do Santa Maria que consideraram que as crianças já estavam a ser tratadas no Brasil, com outro medicamento, e que, “em termos de eficácia”, o Zolgensma “não acrescenta nada”.
Mas a carta também poderá provar a alegada existência de contactos entre a mãe das crianças e familiares de Marcelo Rebelo de Sousa no Brasil.
A TVI divulgou uma reportagem sobre o caso, onde se ouve Daniela Martins a falar da alegada influência do Presidente da República para que as filhas recebessem o tratamento no SNS. A mãe diz que é amiga da nora do Presidente da República, a mulher do seu filho Nuno Rebelo de Sousa que vive no Brasil.
Família das gémeas queixa-se de xenofobia
O advogado da família das gémeas nega qualquer influência de Marcelo no caso, salientando que tratou do processo de forma legal no SNS.
“Taxativamente não houve nenhum pedido, nenhum pistolão, que a minha cliente fizesse. Quisera Deus que tivesse poderes maiores que esse, mas não tem acesso a nada”, assegura o advogado Wilson Bicalho em declarações divulgadas pela SIC Notícias.
“Foram enviados emails para os mais diversos médicos e institutos, e instituições, tratando no caminho legal e normal de qualquer situação dessas”, acrescentou Bicalho que lembra que Daniela Martins é filha de um português e que tem a cidadania portuguesa há 15 anos.
As gémeas também obtiveram a nacionalidade portuguesa para obterem o tratamento em Portugal.
O caso está a ser investigado pelo Ministério Público num inquérito que decorre contra desconhecidos. A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde também está a analisar a situação.
Em causa está um possível tratamento diferenciado no acesso a cuidados no SNS num processo que também passou pela compra de seis cadeiras de rodas eléctricas que nunca terão sido usadas pelas gémeas.
“Olha, nasci em Portugal, F*di-me.” João César Monteiro
Xenofobia? Conseguem a nacionalidade portuguesa em 16 dias.? Não têm médico de família, não passaram pelas urgências? Coitadinhos! mas esmifraram 4 milhões e mais 2 cadeiras de 28.000 euros, à custa dos contribuintes portugueses.
São portugueses só na hora de reclamarem direitos. Os deveres ficaram no Brasil. Que país miserável é Portugal.
Os impostos, isto é um bolo sem fim para quem tem a faca na mão. Ninguém nota uma pequena fatia, não é? Muito menos quando se é Rei ou mesmo Deus
quem não conseguir tráfico de influências neste País, não tem hipóteses de obter o que quer que seja!!!!!!!!!!!!
Vergonha ser português.
Andam as pessoas idosas a se levantarem as 3 da manhã para arranjarem uma consulta no centro de saúde…doentes oncológicos que esperam pela realização de um TAC para avaliação do seu tratamento e não conseguem tempo útil tendo muitas vezes ir faz ao o privado, sabe se Deus a que custo.
Este dinheiro dava para comprar um TAC .
Andado os nossos políticos a mandar no nosso dinheiro como se fosse deles.
Marcelo devia ter vergonha e demitir se.