Marcelo aceita demissão de secretário de Estado – que agora é arguido

(dr) Governo de Portugal

Marco Capitão Ferreira, secretário de Estado da Defesa

Marco Capitão Ferreira foi constituído arguido e alvo de buscas no âmbito do processo Tempestade Perfeita.

O ex-secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, foi constituído arguido e alvo de buscas no âmbito do processo Tempestade Perfeita, que levou hoje a Polícia Judiciária (PJ) a fazer buscas no Ministério da Defesa.

Fonte ligada ao processo confirmou à Lusa que o ex-governante, que hoje se demitiu, é mais um arguido no caso Tempestade Perfeita, ligado à Direção-Geral de Recursos da Defesa e que já contava com pelo menos 19 arguidos.

Marco Capitão Ferreira é suspeito dos crimes de corrupção e participação económica em negócio.

Pouco antes, o Ministério da Defesa anunciou buscas da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas instalações da Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional, “no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021”.

“O Ministério da Defesa Nacional confirma a presença da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas suas instalações, na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021”, lê-se em comunicado.

Numa curta nota enviada às redações, o ministério liderado por Helena Carreiras acrescenta apenas que “reafirma a sua total colaboração com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado”.

Marcelo aceita

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou hoje a exoneração do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, proposta pelo primeiro-ministro, António Costa.

“Na sequência da proposta do primeiro-ministro, o Presidente da República aceitou a demissão do secretário de Estado da Defesa do XXIII Governo Constitucional, Marco Alexandre da Silva Capitão Costa Ferreira”, lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet perto das 13:00.

A proposta de exoneração do secretário de Estado da Defesa foi divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro hoje pelas 09:00, com a indicação de que “lhe foi transmitida pela ministra da Defesa Nacional [Helena Carreiras], a pedido do próprio”.

Marco Capitão Ferreira era secretário de Estado da Defesa desde que o atual Governo tomou posse, em 30 de março de 2022.

Os casos

Marco Capitão Ferreira já estava envolvido num caso duvidoso quando, no mês passado, foi noticiado que tinha cobrado 50 mil euros por 4 dias de assessoria na Direção-Geral de Recurso da Defesa Nacional. Ainda antes de fazer parte do Governo.

Esse serviço, soube-se poucos dias depois, foi feito de forma clandestina, já que não foi assinado qualquer contrato.

Já enquanto presidente da idD Portugal Defence, Marco incluiu José Miguel Fernandes, ex-administrador do Alfeite, para assessor da administração – mas José Miguel Fernandes nunca foi visto a exercer funções. Mas, na sua página no LinkedIn, o gestor continua a indicar que é assessor na idD Portugal Defence.

E foi após este caso que Marco Capitão Ferreira saiu do Governo.

ZAP // Lusa

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