“Prigozhin não dura 60 dias. Na Guerra dos Tronos, se atacas o rei tens de matar o rei”

ZAP // cv Kanal13

O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin

Especialista que esteve ligado à NATO compara o líder do Grupo Wagner a uma “cobra sem cabeça”, depois do seu movimento militar.

Yevgeny Prigozhin tem o seu futuro incerto – e em perigo – depois de ter liderado uma “marcha da justiça” rumo a Moscovo, que terminou menos de 24 horas depois de ter começado.

Não se sabe ao certo que garantias foram dadas por Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia, ao líder do Grupo Wagner, na conversa decisiva para o fim do movimento militar na Rússia.

Por cá, especula-se que Prigozhin tenha tido garantias de mais “autonomia, espaço de manobra e algum dinheiro” e ficou com outra projecção política a nível nacional. Mas, para já, vai ter de viver na Bielorrússia.

James Stavridis, antigo militar que foi comandante ligado à NATO, não acredita que Yevgeny Prigozhin fique vivo durante muito tempo.

“A regra de A Guerra dos Tronos aplica-se aqui: se vais atrás do rei, é melhor matares o rei. Prigozhin não fez isso e agora ficará isolado dos 35 mil soldados que o estavam a proteger”.

“Ele é como uma cobra cuja cabeça foi cortada. Francamente, acho que ele não vai durar mais do que 60 ou 90 dias“, previu o especialista, na NBC.

Isto porque o presidente da Rússia, Vladimir Putin, “lá no seu íntimo mais escuro, nunca vai perdoar e nunca vai esquecer este tipo de pessoas. Vai fazer tudo que estiver ao seu alcance para se vingar de Prigozhin”, avisou.

Em relação à guerra na Ucrânia, o especialista acredita que os ucranianos serão beneficiados: a cedência de material militar russo ao Grupo Wagner não será a mesma e prevêem-se mudanças entre os líderes no terreno.

E, neste ponto, fica a dúvida: Serguei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, vai manter-se no cargo? A sua saída fez parte do acordo entre o líder do Wagner e o presidente da Bielorrússia?

No geral, este movimento demonstra o “caos contínuo” que existe desde o início da guerra, com “má liderança no campo de batalha e uso casual de telemóveis”, por exemplo.