Código ético para dirigentes e representantes partidários, com sanções. Votar vai deixar de depender do pagamento das duas quotas mais recentes.
O PSD vai criar na revisão estatutária “um código ético para dirigentes e representantes partidários”, com sanções associadas, e propor que os militantes possam eleger o presidente sem ter pago as duas últimas quotas.
Este anúncio foi feito pelo presidente do PSD, Luís Montenegro, no final da reunião da Comissão Permanente do partido.
Além da retirada da confiança política ao deputado Joaquim Pinto Moreira, que decidiu retomar o seu mandato sem se coordenar previamente com a direção, e de uma “sindicância interna” sobre a escolha dos candidatos autárquicos em Lisboa em 2017, Montenegro anunciou outras duas decisões da direção social-democrata.
“Solicitar que no âmbito do processo de revisão estatuária e dos regulamentos internos seja proposto um código ético para dirigentes e representantes partidários, de que constem deveres e obrigações cuja violação acarrete responsabilidade política e disciplinar”, disse.
No mesmo âmbito, a direção irá propor que “a capacidade eleitoral ativa interna não dependa do pagamento das duas últimas quotas vencidas”, relativas a dois anos antes das eleições internas.
“Estas decisões têm relação com as notícias da passada semana, nas quais se alegou a existência de alegados esquemas de combinação eleitoral que, a serem verdadeiros, viciaram o processo de democracia interna e externa”, assumiu.
Esta semana, algumas figuras do PSD – como o antigo deputado Sérgio Azevedo, o atual parlamentar Carlos Eduardo Reis ou o presidente da Junta de Freguesia da Estrela Luís Newton – viram o seu nome envolvido numa série de reportagens da TVI/CNN Portugal, e que dão conta de que, no âmbito da Operação Tutti Frutti, foram intercetadas escutas e comunicações que apontam para um alegado “pacto secreto” entre PSD e PS para cada partido manter a liderança de determinadas juntas de freguesia de Lisboa nas eleições autárquicas de 2017.
// Lusa