Os Estados Unidos acusam a China de estar a desenvolver armas cibernéticas capazes de assumir o controlo e interromper completamente o funcionamento de satélites considerados inimigos.
A China está a construir sofisticadas armas cibernéticas para “ganhar controlo” de satélites inimigos, tornando-os inúteis durante uma guerra, de acordo com um relatório confidencial da inteligência dos EUA.
O documento, com data de 2023 e selo da CIA, é um dos documentos militares confidenciais alegadamente divulgados por Jack Teixeira na que é já considerada a mais grave fuga de informação do Pentágono numa década.
De acordo com o documento, os EUA consideram que o esforço da China para desenvolver capacidades para “negar, explorar ou sequestrar” satélites inimigos é uma parte fundamental do seu objetivo de controlar informação, que Pequim considera ser um domínio chave da “luta armada“.
Este tipo de capacidade cibernética é muito superior a tudo o que a Rússia usou na Ucrânia, onde equipas de guerra eletrónica usaram ataques de brute force — com pouco efeito.
Este tipo de ataques, desenvolvidos pela primeira vez na década de 1980, tentam bloquear os sinais entre satélites de baixa órbita e os seus terminais terrestres, transmitindo sinais em frequências semelhantes a partir de sistemas de interferência montados em camiões em terra, explica o Ars Technica.
Mais sofisticados, os ataques cibernéticos planeados pela China procuram imitar os sinais que os satélites inimigos recebem dos seus operadores, enganando-os, de forma a serem totalmente dominados ou deixar de funcionar em momentos cruciais de um combate.
Segundo o documento confidencial da CIA, tal capacidade cibernética permitiria à China “tomar o controlo de um satélite, tornando-o ineficaz para apoiar sistemas de comunicação, armas ou de inteligência, vigilância e reconhecimento”.
Os EUA nunca divulgaram se têm capacidades semelhantes.
O mês passado, o General Chance Saltzman, comandante da US Space Force, afirmou numa audição no Congresso que a China estava a “investir agressivamente em tecnologia destinada a interromper, degradar e destruir nossas capacidades espaciais”.
“Este é um esforço da China para concretizar o seu sonho espacial: tornar-se até 2045 a maior e mais poderosa potência para lá da atmosfera da Terra“, acrescentou Saltzman.
Fuga de informação no Pentágono
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