Uma bancada de cozinha tramou Jack Teixeira

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Jack Teixeira / Facebook

O lusodescendente Jack Teixeira.

Uma bancada de cozinha e os perfis de Instagram e da Steam foram cruciais para ajudar a identificar o lusodescendente Jack Teixeira.

A recente detenção de Jack Teixeira, lusodescendente de 21 anos e membro da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts, evidenciou a importância de pequenos detalhes na identificação de suspeitos acusados de divulgar informações secretas.

Teixeira foi preso por agentes do FBI na quinta-feira e enfrenta acusações de divulgação de informações confidenciais de Defesa nacional, o que pode resultar numa pena de prisão significativa se for condenado.

Esta detenção ocorre depois de dezenas de documentos do Pentágono terem sido divulgados online, revelando informações confidenciais sobre os militares ucranianos e russos numa violação marcante da segurança cibernética dos EUA.

O New York Times desempenhou um papel crucial na identificação de Jack Teixeira, usando uma combinação de técnicas investigativas e análise de presença online para associá-lo ao incidente.

Os jornalistas do Times rastrearam os documentos até Teixeira examinando a sua presença online, começando com um perfil na Steam, uma plataforma de videojogos. Isto levou-os aos perfis de redes sociais dos seus familiares, o que forneceu mais uma confirmação de que os documentos estavam na casa da sua família em Dighton, Massachusetts.

Um dos principais detalhes que ajudaram a identificar Teixeira foi a decoração interior visível nas fotografias dos documentos. O Times observou que os documentos foram fotografados numa bancada de granito, e essa mesma bancada era visível em fotos da casa da família de Teixeira publicadas online por um dos seus familiares.

Uma foto publicada pela sua irmã no Instagram mostrava uma bancada de cozinha que parecia idêntica à da fotografia com os documentos. O jornal conseguiu corroborar este detalhe ao compará-lo com outras fotos obtidas da presença online de Teixeira, que mostravam um homem num traje militar numa cozinha com o mesmo piso e bancada.

Christiaan Triebert, repórter do New York Times, confirmou esta descoberta no Twitter, afirmando que a imagem foi encontrada numa página do Instagram.

ZAP //

4 Comments

  1. O Sr.º Major-General, Agostinho Costa, explica o caso Jack Teixeira: «…Por último, o Major-General apontou que a questão não envolve um ‘hacker’. “Isto são os chamados ‘hard copies’ – fotografias tiradas de telemóvel. Como é que um telemóvel entra num ambiente reservado?”, voltou a questionar, recordando que nos ambientes em que existe este tipo de informação não é permitida a coexistência com dispositivos eletrónicos [pessoais] e onde para além de o tempo ser cronometrado, não entra “qualquer pessoa”. “O que nos parece é que estamos perante uma história mal contada”…»

  2. Só quem nunca lidou com documentos deste tipo é que pode estar surpreendido.
    As regras são claras mas as infrações às regras são muitas.
    Não existe o segredo de justiça e as coisas aparecem nos jornais ?
    O ser humano é imperfeito, e então os Portugueses nem se fala.
    Os portugueses são muito bons a elaborar leis e regras, mas para serem cumpridas pelos outros.

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