O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, anunciou hoje o lançamento de um pacote de 85 milhões de euros (ME) para investir nos bairros municipais, considerando que este investimento será “único na história da cidade”.
“Vamos avançar com um novo pacote de 85 ME – e vejo os olhos a brilhar do presidente da Gebalis – aos quais se juntam os 40 ME, e em que vamos ter que ter a capacidade de concretização, com a ajuda dos senhores presidentes da junta, que são aqueles que estão no terreno”, afirmou o autarca.
“Será um pacote único na nossa cidade e único na história da cidade”, acrecentou Carlos Moedas
Numa intervenção na conferência que assinalou os 30 anos do Programa Especial de Realojamento (PER), uma iniciativa da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas salientou que estas verbas contam com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), numa iniciativa secundada pela ministra da Habitação, Marina Gonçalves, e pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
Carlos Moedas reforçou que a Câmara Municipal de Lisboa tem atualmente “1.000 habitações em construção”, além de outras 1.000 que foram construídas ou reabilitadas ao longo do último ano e que representaram um investimento de 40 ME na renovação dos bairros municipais.
“Estamos realmente a pôr o pé no acelerador”, disse, justificando o investimento anunciado com o “flagelo” de ver habitações vazias nos bairros municipais da cidade e a falta de construção na anterior década.
“Tivemos décadas em que não construímos habitação pública. A senhora vereadora apresentava os números factuais daquilo que aconteceu entre 2010 e 2020, em que não houve, praticamente. Eram 17 habitações por ano”, salientou.
“Somos capazes, se estivermos unidos também nas diferentes forças políticas para o fazer, unidos não só em construir, mas para o maior flagelo: vermos que temos habitações vazias nos nossos bairros municipais”, notou Moedas.
Por isso, o autarca de Lisboa descreveu o pacote de 85 ME como um “anúncio importante para a política em relação aos bairros municipais”.
Em fevereiro, a autarquia tinha admitido que a atual oferta acessível da CML era insuficiente — o Programa Renda Acessível, lançado pela Câmara de Lisboa com o objetivo de disponibilizar rendas abaixo do valor de mercado para as famílias da classe média, não está a conseguir dar resposta à procura.
ZAP // Lusa