O comentador Luís Marques Mendes disse no domingo, no seu espaço habitual na SIC, que a maioria de António Costa chegou “no tempo errado”, quando “já havia cansaço e saturação”, e que o primeiro-ministro pode estar desmotivado pela sua fraca popularidade nas sondagens.
“A perceção pública do primeiro ano de maioria absoluta é negativa. E a ideia de que a maioria absoluta ficou aquém das expectativas“, referiu. Como aspetos positivos destacou o elevado crescimento do PIB; o desemprego em baixa; o crescimento das exportações; o défice em queda; a dívida em trajetória de descida e o acordo de rendimentos celebrado com os parceiros sociais.
Por outro lado, como aspetos negativos apontou o Governo em decomposição; as nomeações precipitadas; a perceção pública de descontrole, instabilidade e falta de iniciativa; ministros fragilizados; a perda de um terço de eleitores nas sondagens e a TAP como uma “inesgotável fonte de problemas” para o Governo.
“No plano económico, o Governo teve resultados positivos. No plano político teve falhas clamorosas”, referiu o comentador.
Um mandato governativo que “faz lembrar o do antigo primeiro-ministro britânico John Major”, nos anos 90, que foi a eleições com a economia em alta, mas a política nem tanto, e por isso, acabou por perder.
Na opinião de Marques Mendes, o “falhanço político” da maioria absoluta deve-se ao facto de ter vindo fora de tempo; ao facto de não ser um governo novo, mas sim “recauchutado”, ao qual falta “energia e ambição”; e o facto de o primeiro-ministro ser “hoje um homem com alguma desmotivação” e “frustração”.
Nos números, Luís Marques Mendes destacou a boa notícia de que o PIB nacional foi o segundo que mais cresceu em 2022 na União Europeia (UE). Mas se compararmos o ano 2022 com 2019, há 16 países que nos três anos cresceram mais que Portugal.
Como resultados positivos, apontou as exportações nacionais, e negativos, os preços da habitação e da alimentação.
Marques Mendes falou ainda do palco das Jornadas Mundiais da Juventude, indicando que vai “haver uma redução de custos nos dois altares”.
O Governo está dividido em acabar ou não com os exames nacionais. Para Marques Mendes, “se acabarem com os exames, é um sinal profundamente errado”, isto porque “é um sinal de facilitismo” e porque irá prejudicar diretamente “os alunos oriundos de famílias pobres”.
Por isso, defendeu que o Presidente da República deveria vetar a possível lei.
O comentador falou igualmente sobre os maus exemplos, indicando o Hospital Militar de Belém – no qual o Governo “gastou rios de dinheiro a recuperar” -; os juros dos depósitos bancários, que não crescem; e o facto de professores com filhos portadores de deficiência que têm que se deslocar quilómetros para dar aulas.
Marques Mendes finalizou com o Brexit. “Há três anos, a expectativa era enorme. Três anos depois, o sentimento que reina no Reino Unido é de desilusão”, disse, referindo que a economia “continua a perder competitividade” e que a “frustração é tão grande que 65% dos britânicos afirmam querer novo referendo”.
Jornada Mundial da Juventude - JMJ 2023
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