A UNESCO, o organismo de património das Nações Unidas, incluiu esta quarta-feira o “saber-fazer artesanal e a cultura do pão de baguete” na sua lista de Património Cultural e Imaterial, que já conta com cerca de 600 tradições de mais de 130 países.
Segundo a diretora da UNESCO, Audrey Azoulay, trata-se da “celebração do estilo de vida francês”. “A baguete é um ritual diário, um elemento estruturante da refeição, sinónimo de partilha e convívio. É importante que estas competências e hábitos sociais continuem a existir no futuro”, sublinhou, citada pela agência Reuters.
A baguete, um pão de forma, fofo por dentro, alongado e com uma crosta estaladiça, é um símbolo da França e tem sido uma parte central da dieta francesa durante pelo menos 100 anos, embora alguns acreditem que já existe há mais tempo. Baguete significa “varinha” ou “bastão”.
Reza a lenda que os padeiros de Napoleão Bonaparte inventaram a forma alongada para facilitar o transporte de pão pelas suas tropas. Mas também reza outra lenda que na verdade foi invenção de um padeiro austríaco August Zang.
Embora o consumo de baguetes tenha diminuído nas últimas décadas, a França ainda faz cerca de 16 milhões destes pães por dia – ou seja, quase 6 mil milhões de baguetes por ano -, de acordo com uma estimativa de 2019.
Entre as novas inclusões encontram-se “as técnicas tradicionais de processamento de chá da China e as práticas sociais associadas”. Estas, destacou a UNESCO, “implicam os conhecimentos, competências e práticas em torno da gestão de plantações de chá, apanha de folhas, processamento manual, o beber e o partilhar”.
“Com base nas condições naturais e costumes locais, os produtores de chá desenvolveram seis categorias de chá: verde, amarelo, escuro, branco, oolong e chás pretos”, resume-se. E, “quando adicionados aos chás reprocessados, tais como chás com aroma de flores, o resultado é mais de 2000 produtos de chá com uma variedade de cores, aromas, sabores e formas”.
A UNESCO lembrou que “o chá é omnipresente na vida quotidiana do povo chinês”, “uma parte importante da socialização e de cerimónias”.
O tradicional rum cubano passou também a fazer parte da lista. A candidatura foi defendida pelos destiladores cubanos não apenas como uma técnica mas como uma cultura e estilo de vida, incorporando até, referiu a agência, restrições morais sobre a conduta pública e privada.
Uma “arte” que vai além “das marcas e do marketing”. “O rum não é apenas um espírito, mas também uma parte importante da nossa expressão cultural. Representa uma parte importante da nossa cultura”, disse um mestre do rum, Asbel Morales, à agência France-Presse.