Um grupo de líderes da oposição pró-democracia russa reuniu-se hoje, em Jablonna, na Polónia, com o objetivo de construir uma alternativa ao regime do Presidente Vladimir Putin e estabelecer a democracia na Rússia.
Segundo a agência de notícias EFE, a reunião foi aberta por Ilya Ponomarev, ex-deputado da Duma, a câmara baixa da Assembleia Federal russa, que agora vive exilado em Kiev.
Em 2014, Ponomarev foi o único parlamentar que votou contra a anexação da Crimeia pela Federação Russa.
“É um momento histórico. Pela primeira vez em pelo menos uma década, deputados democraticamente eleitos reúnem-se. Vemos que é democrático e ágil. As pessoas debatem e debatem. Espero muito que estes três dias sejam frutíferos”, disse Ponomarev à EFE.
A reunião de opositores russos termina na segunda-feira e vai contar com a presença de 51 delegados que anteriormente ocupavam cargos eletivos na administração russa.
“Teremos vários discursos e anúncios, que moldarão a estrutura para as próximas reuniões”, explicou Ponomarev.
Antes, em entrevista à EFE, Ponomarev tinha explicado que a ideia deste congresso é oferecer aos russos uma alternativa democrática ao regime de Putin.
O ativista da oposição e dos direitos humanos Andrei Sidelnikov, que faz parte da organização do congresso, descreveu a reunião como um primeiro passo para uma nova República parlamentar na Rússia.
“Estamos a tentar dar um grande passo para o futuro. Por enquanto, não sei o que acontecerá a seguir, porque todos os delegados que participam na reunião, pessoalmente ou ‘online’, estão sob pressão do serviço de segurança russo”, disse Sidelnikov.
A contestação à liderança de Putin, após a decisão de invadir a Ucrânia, tem ganhado força nos últimos meses, apesar dos meios repressivos usados para a silenciar, e causado mesmo divisões dentro do Governo russo.
Esta contestação já se fazia notar em maio, altura em que uma fonte próxima do Kremlin comentou ao portal Meduza que quase ninguém dentro do Kremlin está satisfeito com Vladimir Putin — nem membros do Governo, nem empresas.
A mobilização militar parcial anunciada por Putin em setembro e os desaires militares dos últimos meses numa campanha que parece cada vez mais encaminhar-se para o fracasso aumentou também a insatisfação com o presidente russo — não apenas entre o povo, mas também nas chefias militares do país.
Resta saber se uma eventual queda de Putin levaria ao poder os opositores que agora se reuniram, ou uma liderança mais moderada saída do próprio Kremlin, ou ainda os generais que recentemente discutiram o uso de armas nucleares.
ZAP // Lusa
Guerra na Ucrânia
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Se o Governo Russo do Kremlin fosse uma Serpente , bastava cortar-lhe a cabeça , mas é mais que isso , é uma Hydra !
Estou certo que é uma questão de tempo, para que o regime de Putin, passe a fazer parte do passado.