Fazer exercício extra não chega para a eliminação dos danos causados por uma má alimentação, de acordo com um novo estudo.
Já nos aconteceu a todos, passamos por uns dias onde comemos coisas pouco saudáveis, mas pensamos que não há problema porque depois passamos uma hora extra no ginásio. Mas um novo estudo publicado na British Journal of Sports Medicine revela que as coisas não são assim tão simples.
A pesquisa concluiu que níveis altos de exercício não chegam para compensar pelos efeitos de más escolhas alimentares a longo prazo, relata o New Atlas.
Depois de analisarem os dados de saúde de mais de 250 mil pessoas, os autores concluíram que aqueles que fazem muito exercício mas mantém uma dieta pobre têm melhores indicadores do que quem não faz qualquer exercício, mas os benefícios do exercício diminuem quando este é conjugado com uma má alimentação.
“Algumas pessoas acham que podem anular o impacto de uma má dieta com níveis altos de exercício ou anular os impactos da falta de atividade com uma boa deita, mas os dados mostram que infelizmente este não é o caso. Tanto a atividade física regular como uma dieta saudável têm um papel importante na promoção da saúde e da longevidade”, revela Melody Ding, autora principal do estudo.
A investigação analisou a mortalidade de todas as causas e outras métricas mais específicas, como a mortalidade por doenças cardiovasculares ou por cancro. Em todas as métricas, quem fazia exercício regularmente e tinha uma boa alimentação tinha um risco menor de mortalidade em comparação com os restantes grupos.
No entanto, a pesquisa tem limitações, já que os dados analisados sobre as características da dieta não eram detalhados. Uma dieta de alta qualidade foi geralmente definida como pelo menos cinco porções de fruta ou vegetais todos os dias, um consumo reduzido de carne vermelha e duas porções de peixe por semana.
Sem dados mais concretos sobre escolhas alimentares que no fazem mal, como fast food ou doces com muito açúcar, é difícil saber exatamente qual é o impacto do exercício em conjugação com uma dieta má.
Ding sublinha que estas conclusões não significam que alguém que tenha uma má alimentação deve abandonar o exercício ou que a atividade física é inútil, já que esta continua a ter óbvios benefícios.
“Independentes um do outro, tanto a dieta como a atividade física são críticos para a saúde e a longevidade. Uma pessoa não deve pensar que se não puder ter uma dieta saudável que deve abandonar a atividade física ou vice-versa. No entanto, se for possível, tente fazer ambas as coisas“, apela.