Governo apresenta plano de contingência para evitar bloqueios nos aeroportos

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José Luís Carneiro

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, considerou que foi “muito sério” o que aconteceu no aeroporto de Lisboa, este domingo, com passageiros de voos internacionais de fora da Europa a terem de esperar várias horas no controlo dos passaportes.

O ministro da Administração Interna anunciou que será apresentado esta semana um plano de contingência para evitar bloqueios nos atendimentos dos aeroportos, como o verificado este domingo, devido a um plenário de trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Em declarações aos jornalistas em Lamego, à margem das celebrações do Dia Nacional do Bombeiro, José Luís Carneiro considerou que foi “muito sério” o que aconteceu no aeroporto de Lisboa, com passageiros de voos internacionais de fora da Europa a terem de esperar várias horas no controlo dos passaportes.

“O direito à realização dos plenários é um direito inalienável dos trabalhadores, contudo, é muito importante em cada momento avaliar o exercício desse direito”, defendeu.

O governante disse que o exercício deste direito não pode colocar em causa “outros valores também muito importantes, nomeadamente os valores relativos ao interesse do país e à imagem que o país dá para os milhares de turistas que procuram Portugal e que não compreendem como é que podem estar três, quatro horas, à espera no aeroporto”.

Neste âmbito, José Luís Carneiro adiantou que, durante esta semana, será apresentado “um plano de contingência que vai mobilizar vários meios”.

“Vai mobilizar recursos humanos que vamos recrutar em várias estruturas de trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de todo o país, para reforçar o contingente disponível nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Açores e Madeira”, explicou.

Segundo o ministro, será também reforçada “a integração dos agentes da Polícia de Segurança Pública no apoio ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para garantir uma resposta mais célere”, concretamente “no encaminhamento para as ‘boxes’ de serviço na primeira linha de apoio e de entrada no país”.

“Contamos também, felizmente, com muitos dos trabalhadores e dos profissionais do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que não concordam com aquilo que hoje foi feito, que foi marcar um plenário de trabalhadores entre as 09:00 e as 11:00”, afirmou José Luís Carneiro, acrescentando que se sabe “que é o período em que chega maior número de turistas” a Portugal”.

Segundo o governante, “entre as 09:00 e as 11:00 chegam entre 3.500 e 4.000 passageiros” o que significa que, “se nessas horas houver trabalhadores que bloqueiam o atendimento”, estarão “a contribuir para criar dificuldades acrescidas, incompreensíveis, ao regular funcionamento do aeroporto”.

“É necessário mesmo promovermos uma reestruturação do funcionamento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”, frisou.

Isto porque, justificou, apesar de se tratar de direitos fundamentais, “o país não pode bloquear porque se entende convocar um plenário de trabalhadores para uma hora em que o país mais é procurado por parte dos visitantes de todos os países do mundo que querem conhecer Portugal e que têm de Portugal uma imagem muito positiva”.

O ministro da Administração Interna disse que, até agora, se formaram 85 agentes e militares da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana.

“Temos mais 120 agentes da Polícia de Segurança Pública em formação e, até julho, começarão a entrar e a operar na primeira linha de atendimento do aeroporto, em apoio e ao pedido efetuado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras” e sob a sua supervisão operacional, explicou.

Em resposta à agência Lusa, o SEF disse ser “alheio” à iniciativa e admitiu que “a reunião de trabalhadores terá afetado mais de 4.500 passageiros”, segundo estimativas da ANA Aeroportos.

No aeroporto de Lisboa, a Lusa falou com alguns dos passageiros afetados, que confirmaram ter esperado mais de quatro horas em “filas completamente desorganizadas”.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. É VERGONHOSO o que estes senhores do SEF fazem. É muito baixo e primário este comportamento que revela irresponsabilidade e falta de capacidade real de defender os interesses classe. Não é assim que luta por direitos. SOMOS NÓS QUE PAGAMOS OS SALÁRIOS COM OS IMPOSTOS PARA ANDAREM EM REUNIÕES em vez de trabalharem. Já me aconteceu estar horas em filas quando estavam em “Greve de Zelo” e arrogantes ainda gozavam com quem por ali passava. Aliás essa postura de arrogância e achando-se senhores da razão a ponto de matarem um cidadão. TERCEIRO-MUNDISTA.
    Se fizessem o seu trabalho não estaríamos como estamos.

    • Terceiro-Mundista é quem apoia estes governantes, que se fizessem corretamente o seu trabalho não conduziam este país ao estado a que chegámos. Mas ainda há quem continue a acreditar que a culpa é de quem cumpre ordens e não daqueles que mandam. É este o nosso Portugal, por enquanto. A mediocridade não é eterna.

  2. Este governo, tal como todos os governos PS só sabem governar por reação e não por planificação. Agora vão atrás do prejuízo da má imagem que deram aos turistas. O governo não pode dizer que não sabia, porque plenários são anunciados com antecedência. Não é o País que temos, mas sim o (des) governo que este País tem!

  3. Os senhores do SEF foram extintos. Já não existem. No entanto o Costa continua a não ter alternativa. Acabou com uns e não arrancou com outros.. O incompetente é o Costa. É incompetente porque deixou criar esta situação, é incompetente porque extinguiu uma instituição apenas por ter imposto um ministro incompetente e ter aceite a ruptura em vez de demitir o ministro. Não há um único evento público isento da omnipresente incompetência do Costa! Apesar disso, continua a espalhar a sua incompetência pelas mais diversas áreas da adminitração do estado porque o Presidente tem permitido toda a incompetencia do Costa e acabou com o anterior governo por uma “birrice de garotelho” fazendo com que o poviléu ignaro desse ao Costa a maioria absoluta!

  4. É muito lamentável que o governo tenha decidido no sentido da extinção do SEF, ainda no tempo do incompetente Cabrita, apenas para tapar os olhos dos portugueses com areia, e ainda não tenha arrumado o assunto ou tenha desistido da decisão tomada. A incompetência continua a causar prejuízos ao país, nomeadamente no Turismo e ninguém assume responsabilidades. Não agiram e agora correm atrás do “prejuízo”. Governar é gerir e gerir é prever e agir antes dos problemas nascerem.

  5. Este Governo é de uma incompetência atroz. Deixa um serviço (SEF) em agonia, sem qualquer planificação para a sua substituição e depois acusa-o de mau da fita. Mas o que é que espera este Governo de trabalhadores que diz virem a ser descartáveis? O Governo acha que ainda haverá trabalhadores do SEF que vão deixar de reagir a uma morte em agonia? Vão substituí-los quando fizerem greve e utilizarem outras formas de luta? Não percebem nada, nem de psicologia nem de direito. Este Governo, por ter maioria absoluta, pensa que pode fazer tudo. Triste oposição que nada diz e deixa este Governo à solta.

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