Ventura é “ditador e tirano”

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Estela Silva / Lusa

André Ventura, líder do Chega

José Lourenço tenta apresentar uma queixa no Tribunal Constitucional. Mais de 300 pessoas querem apresentar denúncias.

José Lourenço não esquece o facto de ter sido suspenso pela Comissão de Ética do Chega, onde era líder da distrital no Porto.

O antigo responsável do partido pretende apresentar uma queixa no Tribunal Constitucional contra André Ventura e contou que entre 300 e 400 pessoas querem apresentar denúncias contra o líder do partido, por ter sido suspensos ou expulsos.

Lourenço considera, em entrevista ao jornal Observador, que a própria Comissão de Ética não é legal: “A Comissão de Ética não está rectificada, por isso não está legal; e o partido continua a suspender militantes. Enquanto não for rectificada, não tem validade”.

Para o antigo líder da distrital portuense, estas suspensões ou expulsões só acontecem porque André Ventura quer “castigar” quem não concorda com a direcção do partido.

Ventura está a suspender militantes “de qualquer forma, sem direito ao contraditório” e, mais tarde, o partido nunca retribui aos militantes suspensos o dinheiro de quotas já pagos.

O ex-líder já tinha afirmado que o Chega é um partido que faz lembrar a PIDE, “onde existe uma polícia de internet fortíssima, onde suspendem quem querem, como querem, à hora que querem e da maneira que querem”. E é um partido à volta do “culto do eu”.

José Lourenço, sem medo de André Ventura, deverá ser candidato à liderança do Chega, em breve. Porque quer enfrentar um líder que é um “catavento, repetitivo, redundante, redutor” e ainda um “ditador teocrático e um tirano”.

Cristina Rodrigues foi outro tema abordado nesta entrevista. A antiga deputada do PAN foi contratada para ser assessora parlamentar do Chega. Uma escolha que já originou reacções negativas dentro do partido e que também não agradou a Lourenço.

“André Ventura passou todas as linhas vermelhas com a contratação de Cristina Rodrigues; passou um atestado de imbecilidade a todos os juristas que há dentro do Chega. Pôs o amiguismo — os tais ‘ismos’ que ele critica e que está no programa — acima do resto”, criticou.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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