Ataque aéreo russo destrói hospital pediátrico em Mariupol. Número de vítimas ainda não é conhecido

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Arkady Budnitsky / EPA

Refugiados em Mariupol

O Presidente da Ucrânia divulgou imagens dos destroços do hospital e revelou que há crianças presas no meio dos escombros.

Segundo o chefe da administração militar da região de Mariupol, Pavlo Kyrylenko, um bombardeamento aéreo russo destruiu esta tarde um hospital pediátrico e uma maternidade na cidade ucraniana.

“A maternidade no centro da cidade, a ala infantil e a ala terapêutica do hospital foram todas destruídas num ataque aéreo russo a Mariupol“, revelou. O número de vítimas mortais ainda não é conhecido e os feridos estão a ser levados para o hospital mais próximo.

A Câmara Municipal relata que “as forças de ocupação russas lançaram várias bombas sobre o hospital infantil” e que “a destruição é colossal“.

O Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenskyy, partilhou no Twitter um vídeo que mostra os escombros do hospital, classificando o ataque como uma “atrocidade” e acusando o mundo de ser “cúmplice ao ignorar o terror“. Zelenskyy afirma que há crianças presas no meio dos destroços.

Já o conselheiro e chefe de gabinete do Presidente ucraniano, Mykhailo Podoliak, refere que estão também presas mulheres em trabalho de parto.

Ataques a instalações de saúde já mataram 10 pessoas

A guerra na Ucrânia já matou 10 pessoas e feriu 16 em 18 ataques contra ambulâncias e instalações e profissionais de saúde, indicou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os números foram avançados pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa videoconferência de imprensa, a partir da sede da organização, em Genebra, Suíça.

“Estes ataques privam comunidades inteiras de cuidados de saúde“, alertou Ghebreyesus.

A OMS (agência da ONU) já entregou 81 toneladas de material médico à Ucrânia, incluindo cinco toneladas com destino à capital, Kiev, e está a apoiar os países vizinhos na prestação de cuidados de saúde aos refugiados, a maioria mulheres e crianças.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos – o êxodo mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 14.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.

Embora admitindo que “os números reais são consideravelmente mais elevados”, a ONU confirmou hoje a morte de pelo menos 516 civis até terça-feira, incluindo 41 crianças.

ZAP // Lusa

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