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Juicy Marbles é “o Salvador Dali das carnes” e criou o primeiro filet mignon vegan

Juicy Marbles

O filet mignon vegan da Juicy Marbles.

A Juicy Marbles criou o primeiro filet mignon vegan. Ainda não é uma cópia exata, mas para lá caminha, diz o cofundador da empresa em entrevista ao ZAP.

Mudar para uma dieta vegetariana ou vegana nem sempre é fácil. O consumo de carne e produtos de origem animal está altamente enraizado na nossa cultura e a maioria dos nosso pratos favoritos têm carne ou peixe.

Como tal, nos últimos anos, uma nova onda de produtos chegou ao mercado: plant-based meats ou, em português, as carnes à base de plantas. Estes produtos tentam imitar o sabor da carne, embora sejam feitas sem recurso a nenhum produto animal.

Foi assim que surgiu a Juicy Marbles, a empresa que criou o primeiro filet mignon vegan.

“Tivemos a ideia de um sonho muito vívido, onde todos os seres humanos têm acesso a alimentos saudáveis, e todos nos divertimos em campos verdes exuberantes como tolos alegres, a abraçar totalmente todo o nosso ser, rodeados por pássaros que cantam melodias celestiais, enquanto nos rimos da memória amarga do capitalismo”, explicou o cofundador da empresa, Vladimir Mićković, em entrevista ao ZAP.

A descrição quase folclórica de Vladimir espelha a atitude relaxada da empresa. No entanto, a personalidade cómica que por vezes assume não é sinónimo de desleixo na sua causa — pelo contrário.

Juicy Marbles

O objetivo é “criar uma linha de carnes vegetais, que tiram a ‘ocasião especial’ do ‘nobre’ e trazem prazeres culinários requintados a todas as cozinhas”, lê-se no site da empresa.

Longevidade do sabor, retenção da suculência, desenvolvimento da crosta, perfil nutricional, aroma retronasal e ativação da satisfação do olfato são apenas alguns do parâmetros que a Juicy Marbles teve em consideração ao criar o seu filet mignon.

Vladimir diz que evita usar o termo “revolucionar” ao falar do papel da Juicy Marbles na indústria da carne, já que é “abusado por tantas outras empresas no nosso ramo”.

Ainda assim, Vladimir admite ter grandes planos e planeia lançar o seu produto já no primeiro trimestre do próximo ano, nos Estados Unidos e em alguns países europeus.

“Devido à extensa embalagem necessária para enviar produtos perecíveis”, a venda a consumidores vai estar limitada a pedidos especiais. O preço é semelhante ao que pagaríamos por um filet mignon normal, mas Vladimir espera baixá-lo daqui a 2-3 anos.

Uma vez, um amigo seu chamou-os de “o Salvador Dali das carnes”, por causa de como as suas carnes vegetais são surreais. Até agora, quem as provou, parece comprovar a crítica, elogiando a textura, aroma e o sabor da carne.

“Não tem exatamente o mesmo sabor, mas é certamente tão saboroso” como um filet mignon original, diz o esloveno. “Tem um sabor forte, rico e carnudo, mas (ainda) não é uma cópia exata”.

Mas, afinal, se não é carne, o que é que tem dentro de um filet mignon da Juicy Marbles?

“Tudo afeta o sabor. Compostos, sabores e aromas naturais de origem vegetal desempenham o papel principal”, especifica Vladimir, embora “a composição de micronutrientes (ferro, por exemplo) e basicamente qualquer outra coisa que você coloque dentro é tão crucial, já que as nuances dos sabores podem mudar com cada elemento”.

A pecuária para a carne de vaca “é a pior do ponto de vista de emissões” de gases com efeito de estufa, explica Vladimir ao ZAP. “Ocupa 60% do total das nossas terras agrícolas e fornece apenas 2% da proteína”.

“É realmente uma indústria ridícula e ineficaz e precisa de ser retirada o mais rápido possível”, atirou.

Daniel Costa, ZAP //

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