Singapura tem 83% da sua população vacinada contra a covid-19. No entanto, em vez de reabrir, a cidade-estado asiática está a endurecer as restrições.
Vacinar a maioria da população e atingir a chamada imunidade de grupo deveriam ser um “bilhete” para a libertação total, tal como aconteceu em Portugal. Porém, Singapura decidiu optar por um rumo diferente — aliás, totalmente oposto. Em vez de aliviar as restrições impostas pela pandemia, endureceu as medidas.
Singapura foi um exemplo no combate ao novo coronavírus. Ainda o surto não tinha nome de covid-19 e o país já tinha agido.
Fechou as fronteiras, testou e rastreou massivamente. A cidade-estado asiática aplicou leis severas para controlar a transmissão da covid-19. Veja-se, por exemplo, o caso de um inglês condenado a seis semanas de prisão por não usar máscara.
Um importante político singapurense disse que a taxa de vacinação de 80% era o critério para uma reabertura faseada, escreve o The New York Times. Singapura já vacinou 83% da sua população.
Em setembro, os casos começaram a aumentar exponencialmente. O governo voltou a impor restrições aos ajuntamentos, o teletrabalho tornou-se novamente obrigatório e a pressão sobre os hospitais aumentou dramaticamente.
Singapura tornou-se um exemplo para outros países que pensam reabrir sem primeiro ter que lidar com grandes surtos da pandemia.
“De certa forma, somos vítimas do nosso próprio sucesso, porque alcançamos o mais próximo possível de covid zero e uma taxa de mortalidade muito, muito baixa”, disse Paul Tambyah, especialista em doenças infecciosas do National University Hospital.
O responsável pela task force singapurense, Lawrence Wong, diz que a lição para as “sociedades ingénuas à covid” é estarem prontas para grandes vagas de casos, “independentemente da vacina cobertura”.
“Assim que reabrirmos, vai haver mais interações sociais”, disse Wong. “E dada a natureza altamente transmissível da variante Delta, teremos grandes aglomerados emergentes”.
“Em Singapura, pensamos que não se pode confiar apenas nas vacinas durante esta fase intermediária”, acrescentou, citado pelo jornal norte-americano. “E é por isso que não planeamos uma abordagem em que reabriremos em grande escala e apenas declararemos liberdade”.
Prudência…
Singapura é apenas uma cidade (é mais um paraíso fiscal manhoso) e convém relembrar que não é uma democracia!
Logo, é muito mais fácil tomar qualquer medida e, como é óbvio, não se pode comparar com nenhum país ocidental…