As recentes incursões militares aéreas da China no espaço aéreo de Taiwan têm causado um aumento de tensões entre os dois territórios. Taiwan acredita que uma guerra pode começar até 2025 e que este é o momento mais tenso dos últimos 40 anos.
É um território reivindicado pela China há décadas, e as tensões têm crescido nos últimos dias. Na semana passada, a China enviou um número recorde de aviões militares para sobrevoar a zona de defesa aérea de Taiwan ao longo de vários dias consecutivos.
O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou que tinha detectado pelo menos 52 voos durante o dia 4 de Outubro e que nessa mesma noite tinham sido identificados mais quatro jactos de combate na zona.
Estes voos já tinham começado no fim-de-semana anterior, com 38 aviões a serem detectados na sexta-feira, 1 de Outubro e Dia Nacional da China. Outros 39 foram vistos no sábado e 16 no domingo, com as tensões entre as duas partes a subir de tom.
O número de voos militares avistados em Outubro em Taiwan já superou o total de 117 registado em Setembro e este tipo de acções tem-se tornado mais frequente nos últimos dois anos.
Em resposta ao aumento dos voos chineses, os EUA, que têm acordos com Taiwan, apelaram ao governo de Pequim que parasse, apelidando as acções como “provocadoras” e “desestabilizadoras” para a paz na região.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China respondeu às declarações americanas, condenando o seu envolvimento e dizendo que o país iria “esmagar resolutamente todas as tentativas de independência de Taiwan“.
Hua Chunying acusou também os EUA de violar o “princípio de uma China”, referindo-se à reivindicação do país de que Taiwan faz parte do resto da China.
Esta terça-feira, Joe Biden revelou que tinha falado com Xi Jinping sobre Taiwan e que ambos concordaram em seguir o “acordo de Taiwan”. “Falei com Xi sobre Taiwan. Nós concordamos, vamos seguir o acordo de Taiwan. Deixámos claro que não acho que ele deva fazer mais alguma coisa além de seguir o acordo”, afirmou o presidente dos EUA.
Não ficou claro a que acordo é Biden se estava a referir, podendo tanto ser ao Taiwan Relations Act, onde ficou estabelecido que as relações diplomáticas dos EUA com a China dependem da manutenção da paz com Taiwan e que reconhece Pequim em vez de Taipé; como a algum acordo informal em conversas com Xi Jinping.
Os EUA reconhecem que há apenas uma China e que o país reivindica o arquipélago, mas não tomam uma posição directa sobre a soberania de Taiwan e não consideram oficialmente que faça parte da China, mantendo uma posição ambígua.
Os americanos têm também acordos de fornecimento de armas a Taiwan há vários anos, tendo assinado uma venda de 1.8 mil milhões de dólares em Outubro de 2020. Pequim já descreveu a posição dos EUA como algo que “cozinhou” unilateralmente e considera que os outros países têm de seguir o seu princípio de uma China única.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse que procurou clarificar os comentários de Joe Biden e que lhes foi garantido que a posição dos EUA sobre Taiwan continuava “sólida” e que não tinha mudado.
“Perante as ameaças militares, diplomáticas e económicas do governo chinês, Taiwan e os Estados Unidos têm sempre mantido canais de comunicação próximos e fáceis”, respondeu, citado pela Reuters.
Aumento das tensões criam receio de guerra
A reunificação com Taiwan é também um dos principais objectivos do governo de Xi Jinping, que considera o governo do arquipélago como separatista e não põe de parte uma intervenção militar.
No entanto, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, afirma que o país é soberano e que já é independente desde o fim da guerra civil em 1949, apesar de só ser reconhecido como representante do poder político chinês por 15 estados.
A recente escalada de tensões tem levado a que haja mais receios de uma guerra entre os dois territórios. O Ministro da Defesa de Taiwan também se mostra preocupado, afirmando que até 2025 a China já será capaz de invadir e dominar as ilhas e que a situação actual é a mais tensa dos últimos 40 anos.
“Até 2025, a China cortará os custos e o atrito. Já tem a capacidade para isso, mas não começará uma guerra facilmente, tendo que ter em conta outras coisas. Enquanto militar, a urgência está mesmo à minha frente“, afirmou Chiu Kuo-cheng numa comissão parlamentar onde foram revistos os planos de investimento de 240 mil milhões de dólares taiwaneses, cerca de 7,4 mil milhões de euros, em armamento.
No fim de Julho, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, revelou ao Público que já tinha dado conta da maior frequência das incursões militares chinesas no espaço aéreo da ilha e considerou que uma guerra pode começar em breve.
“[A China] tem defendido publicamente e repetidamente que não rejeita o uso da força contra Taiwan. Temos de lidar com isto de uma forma muito séria. Sabemos que a China é grande e que Taiwan é pequena, mas vamos defender-nos. É uma questão de sobrevivência e levamo-la muito a sério”, revelou ao jornal português.
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, fez declarações semelhantes num texto para a Foreign Affairs, onde alertou que se a sua “democracia e forma de vida forem ameaçadas, Taiwan fará o que for preciso para se defender“.
A líder do país apelou também a que outros países “percebam o valor de trabalhar com Taiwan contra a ameaça maior de Pequim” e que se devem lembrar que uma possível queda do território para as mãos chinesas seria “catastrófica para a paz regional e para o sistema de alianças democráticas”.
Penso o mesmo. Acho que brevemente teremos uma “espécie” de uma WWIII, a qual terá início precisamente no mar da China.
A tolerância e igualdade da extrema esquerda. Só é importante na defesa dos charros e dos LGBT, porque aqui dá votos. Na China nem sequer existe esse problema…
Muito bem!
Esse é mais um capítulo do visível expansionismo chinês.
Que chance teria Taiwan, sozinha, em uma guerra contra a China?
Alguém aí falou em vírus?
Ó Odir… e achas que atualmente algum país tem hipótese contra a China?! Neste momento a China tem armamento muito sofisticado que nem os americanos têm. Para já não falar dos imensos milhões que são.
Claro que tem! Tem a Russia, a UE e os EUA!!
A China actualmente ainda está a alguns anos de fazer frente militaremente a estes 3.
Que “armamento sofisticado” tem a China que nem os americanos têm?
Temos alimentado bem os cofres da China para que esta se expanda com o seu imperialismo por onde possa e entenda!
Isso é exactamente o que tem acontecido!
Andam a brincar com o ”fogo” e não se dão conta.