/

Após erros de comunicação, Marcelo deu voto de confiança silencioso ao CEMA

Mário Cruz / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas Comemorações do 1.º de Dezembro de 2020.

Depois de os problemas de comunicação que levaram à tentativa exoneração do chefe do Estado-Maior da Armada, Marcelo Rebelo de Sousa deu um voto de confiança silencioso.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu hoje à Marinha o seu contributo no combate à pandemia, na Escola de Tecnologias Navais, enaltecendo a competência, brio e sentido de serviço “verdadeiramente notáveis”.

O chefe de Estado português e Comandante Supremo das Forças Armadas presidiu hoje às comemorações do dia da unidade da Escola de Tecnologias Navais da Armada (ETNA), na Base Naval de Lisboa, situada em Almada.

Num discurso curto, ao qual assistiu o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, e o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Mendes Caladorecentemente envolvido numa polémica sobre a sua exoneração — Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que estar nesta escola “cumprindo uma promessa já antiga, é recordar a escola de mecânicos de 1934 em Vila Franca de Xira” bem como “os grupos nº 1 e 2 das escolas da Armada em Vila Franca de Xira e no Alfeite, substituindo o corpo de marinheiros em 1961”, numa referência à história desta instituição.

A participação do Presidente da República na abertura do ano letivo da Escola de Tecnologias Navais da Marinha foi a forma silenciosa de Marcelo Rebelo de Sousa mostrar que o seu apoio ao CEMA, escreve o Expresso.

Marcelo não tocou no assunto, reforçando a ideia que já tinha transmitido no domingo: “A vida continua”. Embora fonte oficial garanta que a visita estava planeada há dois meses, esta calha na altura certa, em que é necessário amenizar os ânimos.

A intenção é só substituir o CEMA num momento oportuno, “quando as coisas estiverem mais calmas”, ouviu o semanário em Belém.

A crise foi desencadeada por um “erro de perceção mútuo” que assentou em “três equívocos”: o momento para a exoneração não era este; não se podia dar a ideia de que o CEMA tinha sido desleal ao discordar da reforma do comando superior das Forças Armadas; e era um “atropelo a pessoas e instituições” lançar Gouveia e Melo sem que tivessem sido cumpridos os devidos caminhos formais.

Depois da cerimónia militar, na qual foram entregues condecorações e feita uma homenagem aos mortos “em defesa da pátria”, seguida de desfile, Marcelo assistiu a um curto ‘briefing’ sobre o trabalho da Marinha no combate à pandemia e visitou as instalações adaptadas para doentes covid-19 e refugiados.

O chefe de Estado português, o Chefe de Estado-Maior da Armada, o secretário de Estado, entre outras personalidades – entre elas a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros (PS) – tiveram ainda direito a um almoço servido por praças em formação de cozinha nesta escola, nos quais se incluíam cozinheiros, despenseiros e padeiros.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.