A Austrália, os Estados Unidos (EUA) e o Reino Unido anunciaram o “Pacto de Aukus”, que visa frente às pretensões territoriais da China no Indo-Pacífico e envolverá a construção de uma frota de submarinos com capacidade nuclear e projetos de guerra cibernética, inteligência artificial e computação quântica.
Este acordo, no âmbito da Segurança e Defesa, permite que a Austrália possa construir, pela primeira vez, submarinos com capacidade nuclear, com a participação de empresas norte-americanas e britânicas no processo de fabricação, avançou o Independent.
Na conferência conjunta, o Presidente dos EUA, Joe Biden, e os primeiros-ministros Boris Johnson e Scott Morrison não fizeram referências diretas à China. O acordo, contudo, é visto como uma resposta norte-americana ao expansionismo de Pequim no Mar do Sul da China e das ameaças chinesas a Taiwan.
O acordo, considerado pelos especialistas como um dos mais significativos desde a Segunda Guerra Mundial, foi anunciado na quarta-feira em Washington, Londres e Camberra, tendo a iniciativa de construção da frota partido do governo australiano.
Sobre os submarinos, os EUA e a Austrália garantiram que Camberra não irá recorrer a armas nucleares ainda que estes tenham capacidade para as transportar. O país é um dos signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), que visa impedir a aquisição e desenvolvimento de armas nucleares.
Apenas a China e a Índia operam submarinos com capacidade nuclear na região do Indo-Pacífico. A Índia é aliada dos australianos e os dois países realizam exercícios militares e navais juntos.
Já as relações entre a Austrália e a China estão cada vez mais tensas depois que Camberra pediu uma investigação independente sobre as origens do coronavírus e criticou a repressão chinesa em Hong Kong, o tratamento aos uigures em Xinjiang e a atuação em águas territoriais.
Por sua vez, a China estabeleceu restrições às importações australianas e ‘hackers’ ligados a Pequim foram acusados de realizar ataques cibernéticos contra vários alvos na Austrália.
A Austrália torna-se, assim, no sétimo país do mundo a operar submarinos com capacidade nuclear, depois de EUA, Reino Unido, França, China, Índia e Rússia.