O fim das férias estava marcado para hoje, mas os trabalhadores foram dispensados. Pedro Siza Vieira já garantiu que os trabalhadores vão continuar a receber enquanto o processo de venda não for finalizado.
Com o fim das férias marcado para esta Quarta-Feira, mantém-se a incerteza sobre o futuro da Dielmar. Há cerca de duas semanas, a empresa declarou a insolvência e os 280 trabalhadores só souberam da situação através da comunicação social.
Apesar da empresa têxtil de Alcains já ter cinco interessados na compra, a Câmara Municipal de Viana do Castelo reforça que ainda não foi possível apurar a viabilidade das ofertas de compra.
“Existem cinco manifestações de interesse em adquirir a Dielmar”, afirmou fonte da autarquia que também avançou que todos os contactos que lhe chegaram foram posteriormente endereçados para o administrador de insolvência e para o Ministério da Economia. O presidente da autarquia, José Alves, afirmou que “está em contacto regular com o gestor do processo de forma a acompanhar todo o processo”.
A dirigente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, Marisa Tavares, tinha pedido que fossem tomadas medidas urgentes para que os trabalhadores voltassem a produzir a 18 de Agosto, mas esse apelo não deu em nada.
“Temos indicação para os trabalhadores não se apresentarem ao trabalho esta Quarta-Feira. Mas os colaboradores podem estar à porta da empresa com o intuito de pressionar as entidades competentes”, revela Marisa Tavares em declarações ao ECO.
A maior preocupação para a organização sindical é a protecção dos postos de trabalho, e para isso o governo tem de garantir o pagamento dos salários. “Os trabalhadores não podem manter o vínculo e chegar ao final do mês de agosto ou setembro, sem saber o tempo que isto vai durar, sem ter vencimento. No tempo em que vivemos é impensável termos famílias inteiras com salários em atraso dois e três meses”, afirma Marisa Tavares.
Numa vitória para o sindicato, o Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, já confirmou que os salários dos trabalhadores vão ser assegurados durante o processo de venda. No entanto, Marisa Tavares relembra que “ainda não existe clareza por parte do Ministério” sobre as soluções encontradas.
O sindicato reforça que a retoma da produção não depende da vontade dos trabalhadores, mas sim das entidades competentes, que têm de garantir “todas as condições para os trabalhadores voltarem ao trabalho”.