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Gonçalves Pereira diz que não é recandidato por “opção exclusiva da direção”

João Gonçalves Pereira / Facebook

João Gonçalves Pereira

O vereador do CDS-PP na Câmara de Lisboa afirmou, esta sexta-feira, que não é recandidato nas próximas autárquicas por opção exclusiva da atual direção do partido, que foi contra os órgãos distritais e concelhios.

“Este ano, nas próximas eleições autárquicas, por opção exclusiva da atual direção do CDS, não serei recandidato”, escreveu João Gonçalves Pereira numa publicação na sua página de Facebook.

“Mas a minha primeira palavra não vai para essa direção. Vai para o candidato a vereador Diogo Moura, que serve esta cidade e a conhece como ninguém. E vai para o candidato a presidente da Câmara, Carlos Moedas, a quem já tive oportunidade de desejar telefonicamente boa sorte desde a primeira hora”, acrescentou.

Sobre a decisão da direção centrista, que o excluiu da lista à Câmara de Lisboa, o ainda vereador diz que foi “contra os órgãos distritais e concelhios democraticamente eleitos pelos militantes” do partido, defendendo que “a sua ação fala por si”.

“Da minha parte, a consciência tranquila da disponibilidade e da entrega ao partido que sempre existiu, desde 1995. No entanto, sobre as consequências das suas ações, falarei publicamente somente após as eleições locais. E, preferencialmente, em congresso“, apontou.

A escolha de Filipe Anacoreta Correia, em vez de Gonçalves Pereira, para número dois da lista à Câmara de Lisboa está a gerar uma guerra interna no CDS. O eurodeputado Nuno Melo, o antigo vice-presidente do partido Adolfo Mesquita Nunes, o deputado João Almeida e o antigo dirigente Pedro Mota Soares foram alguns dos críticos.

Também Nuno Magalhães, antigo líder parlamentar do CDS, em declarações ao jornal online Observador, lamentou o facto de a direção estar mais interessada em “insultar ex-dirigentes que não se podem defender”, em vez de se concentrar na luta pelas autárquicas.

“Perante o beneplácito da direção do partido, um dirigente da CPN (Comissão Política Nacional) teve o despautério de insinuar que um ex-dirigente do CDS como eu, que deu o seu melhor durante 20 anos, não estava empenhado nas autárquicas. Um partido que usa órgãos internos para insultar ex-dirigentes dificilmente terá futuro. Por muito jovem e moderninho que possa crer parecer ou ser”, criticou o democrata-cristão.

Questionado sobre Nuno Melo, que se afigura como o mais provável adversário do líder Francisco Rodrigues dos Santos nas próximas eleições internas, Magalhães não escondeu que poderá ser um bom presidente do partido.

Nuno Melo dará um bom presidente do partido, caso queira, caso os militantes assim o desejem, e caso assim aconteça depois das eleições autárquicas”, declarou.

O Executivo da Câmara de Lisboa, presidido por Fernando Medina, é atualmente composto por oito eleitos pelo PS (nos quais se incluem os Cidadãos por Lisboa), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS, dois do PSD e dois da CDU.

Na corrida à presidência da autarquia foram até agora anunciadas as candidaturas de Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt) e João Patrocínio (Ergue-te).

ZAP // Lusa

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