Arrancam na próxima segunda-feira as negociações do Orçamento do Estado para 2022. A primeira delegação a ser recebida por António Costa é a do PAN, por volta das 10h00.
Segundo a Renascença, as negociações do Orçamento do Estado para 2022 arrancam já na próxima segunda-feira. António Costa vai receber a delegação do PAN, que será encabeçada pela porta voz do partido, Inês Sousa Real, por volta das 10h00.
Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, já tinha confirmado que a última semana de julho será dedicada à reunião com os partidos que aprovaram o OE2021, mas também com o Bloco de Esquerda, que chumbou o diploma.
Os primeiros encontros vão servir para definir o calendário de negociação e para apresentar as linhas gerais de cada uma das partes.
Da parte dos bloquistas, as prioridades e exigências mantêm-se. Depois de ter votado contra o último documento, o partido apela a mais condições para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), até porque o exercício de 2021, defende Catarina Martins, não respondeu às necessidades do país e a “política de mínimos saiu muito cara”.
“Não respondeu à exaustão dos profissionais do SNS, não fixou profissionais, não respondeu às necessidades de proteção social – deixou tanta gente desprotegida no tempo da pandemia -, não respondeu do ponto de vista do trabalho, com empresas lucrativas – que até lucraram mais no tempo da pandemia – a fazerem despedimentos coletivos e a substituírem trabalhadores com vínculo e anos de carreira por trabalhadores em outsourcing, com salário mínimo e sem direitos nenhuns”, assinalou Catarina Martins.
Sobre as linhas de orientação para as negociações, a líder explicou que o que o Bloco de Esquerda “dizia há um ano mantém-se como absolutamente urgente“, pelo que vai “voltar a apresentar as mesmas prioridades”.
Para a bloquista, “a política de mínimos” que o Governo tem levado a cabo “saiu muito cara ao país”, dando o exemplo do adiamento dos “investimentos necessários”.
“Quando nós dizíamos é preciso alargar a testagem já e aumentar a saúde pública já para prevenir nova vaga, o Governo dizia o ano passado: ‘não, este verão já vai ser de retoma’ e não preparou a segunda vaga, não preparou a terceira, não preparou a quarta. Adiou sempre os investimentos”, criticou.
Cada vez que os investimentos são adiados, segundo a coordenadora do Bloco. “Portugal fica com um enorme problema sanitário, social e económico.”
“Fazermos de conta que este não é um problema prolongado, com efeitos prolongados que precisa de investimento, fazer de Portugal um dos países da UE que menos gastou na resposta à pandemia, não faz nenhum bem à nossa economia nem às nossas contas públicas”, condenou.
ZAP // Lusa