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Praga de milhões de ratos está a aterrorizar a Austrália

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O fim da seca de três anos e dos consequentes incêndios florestais permitiu à Austrália respirar de alívio. Em contrapartida, criaram-se as condições perfeitas para a pior praga de ratos da última década.

“As pessoas estão literalmente a amarrar cordões à volta das calças quando estão a andar entre ratos, porque não querem que eles subam pelas pernas”, disse o especialista em ratos Steve Henry à VICEHenry trabalha para a Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation, o órgão nacional para a investigação científica na Austrália.

Teme-se agora que os milhões de ratos continuem a multiplicar-se durante o inverno e arruínem as colheitas. Os problemas já começaram a evidenciar-se, desde perdas na produção a maquinaria estragada. Mesmo aquilo que não seja comido pelo ratos, fica contaminado por fezes e urina.

O desespero dos agricultores leva a que tomem medidas para tentar travar esta praga. Há quem tenha gastado mais de 100 mil dólares em isca para os capturar.

Henry lidera os esforços do país no combate à praga de ratos e garante que o fosforeto de zinco é a única opção humana eficaz: “É um produto químico desagradável e o seu uso foi proibido noutros países, mas as probabilidades de envenenamento secundário são muito baixas”.

Em maio, o governo de Nova Gales do Sul anunciou um pacote de apoio de 50 milhões de dólares para ajudar os agricultores a combater a praga.

As consequências na agricultura não são o único problema gerado pelos milhões de ratos que aterrorizam os australianos — também são uma ameaça para a saúde pública.

Em Queensland, houve pelo menos 78 relatos de leptospirose, uma infeção bacteriana que, sem tratamento, pode causar insuficiência renal, meningite e complicações respiratórias. Felizmente, a Austrália tem conseguido controlar a pandemia de covid-19, caso contrários os efeitos poderiam ser devastadores.

Embora a Austrália tenha um historial de pragas de ratos, como a de 1993, que causou mais de 90 milhões de dólares em danos, a atual praga é supostamente a pior da última década.

Daniel Costa, ZAP //

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