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Governo promete mais 50 salas de pré-escolar. Plano de recuperação de aprendizagens vai custar 900 milhões

António Cotrim / Lusa

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

O Governo anunciou um investimento de cerca de 900 milhões de euros para o Plano de Recuperação de Aprendizagens. Executivo promete mais de 50 salas de pré-escolar.

O Plano de Recuperação de Aprendizagens do Governo vai envolver um investimento de cerca de 900 milhões de euros, anunciou o ministro da Educação, sublinhando que as medidas e recomendações desenhadas estão agora nas mãos das escolas.

O “Plano 21|23 Escola +”, para a recuperação das aprendizagens afetadas durante os últimos dois anos letivos pelos períodos de confinamento devido à pandemia da covid-19, em que os alunos estiveram em regime de ensino a distância, foi hoje apresentado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

No âmbito deste plano plurianual, o Governo vai investir cerca de 900 milhões de euros, para o reforço de recursos humanos nas escolas, a formação dos professores, o aumento dos recursos digitais e a modernização dos equipamentos e das escolas. Dos 900 milhões de euros, 140 milhões serão recursos humanos.

Segundo o ministro da Educação, as grandes prioridades serão “ensinar e aprender”, “apoiar as comunidades educativas” e “conhecer e avaliar”, sempre de olhos postos no sucesso, na inclusão e na cidadania.

Entre outras medidas, o Governo vai abrir mais 50 salas de pré-escolar para garantir o acesso generalizado de crianças a partir dos 3 anos à educação da infância nos territórios onde a oferta não é suficiente.

De acordo com o Observador, o ministro da Educação promete ainda reforço de professores nas escolas, mais créditos horários e duplicar o número de horas que são dados às equipas multidisciplinares que trabalham com crianças com necessidades educativas especiais.

O Plano de Recuperação de Aprendizagens foi elaborado por um grupo de trabalho depois de um estudo sobre o impacto do primeiro confinamento no ensino.

Esse estudo concluiu que mais de metade dos alunos não conseguiu atingir os níveis esperados em conhecimentos elementares a Leitura, Matemática e Ciências, segundo as provas realizadas pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) a mais de 23 mil alunos dos 3.º, 6.º e 9.º anos de escolaridade.

Antes da apresentação do programa, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), Filinto Lima, alertava que “não pode ser um documento prescritivo” que surja como “um facto que o Ministério da Educação vai impor às suas escolas”.

Em declarações à TSF, Filinto Lima salienta que o Plano “tem de ser um documento com base em recomendações, com base em sugestões, orientações” para ser adaptado à realidade e às circunstâncias das 111 escolas públicas portuguesas.

Do lado dos professores existia a mesma desconfiança, partilhada pelo coordenador nacional do Sindicato de Todos os Professores (STOP), André Pestana.

“Não se consegue recuperar aprendizagens sobrecarregando os sujeitos que já estão cansados depois de 2 anos atípicos“, frisa, apontando que “há um número significativo de professores à beira de Burnout e não se pode ignorar essa realidade”.

Daniel Costa, ZAP // Lusa

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