O Governo anunciou, esta terça-feira, um reforço das medidas em Lisboa e Vale do Tejo para fazer frente ao aumento de casos de covid-19 nesta região. Reforço da testagem e aceleração da vacinação são as duas principais medidas.
Numa conferência de imprensa na sede do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, começou por recordar que a taxa de incidência da covid-19 em Lisboa tem tido “uma tendência crescente” desde o início de maio.
O governante disse que esta “é uma situação que preocupa”, ressalvando, porém, que deve “ser encarada como um sinal de alerta e não de alarme” e que será feito “um reforço das medidas”, muitas das quais já estão a ser aplicadas.
Lacerda Sales anunciou que a vacinação vai acelerar na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde 32% da população já recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19.
Assim sendo, a vacinação na faixa etária dos 40 anos vai arrancar a 6 de junho, assim como a vacinação dos maiores de 30 anos, que começa a partir de dia 20 do mesmo mês.
Entretanto, em declarações ao jornal online Observador, fonte oficial da task force que coordena o plano de vacinação contra a covid-19 explicou que a região de Lisboa e Vale do Tejo não é uma exceção e que estas datas já estavam previstas para todas as Administrações Regionais de Saúde.
Testagem vai ser reforçada em vários setores
Por seu lado, o presidente do INSA, Fernando Almeida, destacou que a testagem já está a ser reforçada e revelou que, em ambiente escolar, vai ser antecipada. Os testes a alunos, docentes e não docentes do ensino secundário no concelho de Lisboa vão arrancar já esta quinta-feira, dia 27 de maio.
Além disso, nos concelhos com mais de 120 casos por 100 mil habitantes, nos últimos 14 dias, o reforço da testagem de docentes e não docentes avança, entre 31 de maio e 1 de junho, no pré-escolar, primeiro ciclo do ensino básico e ensino secundário.
Segue-se a testagem, entre 14 e 18 de junho, dos docentes e não docentes nos estabelecimentos do segundo e terceiro ciclo do ensino básico. No ensino superior, o responsável explicou que 23 universidades se mostraram disponíveis para antecipar, ou reforçar no caso de já terem começado, este programa de testagem em massa.
As residências universitarias, sendo áreas propícias a convívio, também vão ser alvo de testagem e de uma campanha de sensibilização por parte das autoridades.
Em relação às populações vulneráveis, Fernando Almeida prometeu uma atenção redobrada entre migrantes e requerentes de asilo, população na qual a testagem também vai ser reforçada a partir de 27 de maio.
No dia seguinte, 28 de maio, os testes em massa avançam entre prestadores de serviços de entregas, taxistas e TVDE, havendo também um reforço da sensibilização para as medidas de proteção individual.
Em zonas de grande concentração de pessoas, como a Avenida 24 de Julho, o Cais do Sodré e o Bairro Alto, por exemplo, haverá unidades móveis para testar e sensibilizar para a prática de distanciamento físico e outras medidas de proteção individual.
Também haverá postos moveis de testagem em zonas de grande circulação e de transportes, como a Gare do Oriente, e relativamente aos setores da restauração, comércio e hotelaria, a 31 de maio vai dar-se início a um programa de testagem em regiões onde haja grande aglomerado de restaurantes típicos, através também de equipas móveis.
Lisboa pode atingir 240 casos por 100 mil habitantes
André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde (DGS), destacou que existem, neste momento, 143 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias nesta região e que o índice de transmissibilidade (Rt) está nos 1,14.
O responsável da DGS indicou ainda que a maior incidência se verifica nas freguesias do centro da cidade, apesar de também já estar a aumentar nas freguesias da periferia e, inclusive, noutros concelhos.
O especialista referiu ainda que a incidência está a aumentar, sobretudo, na população adulta jovem, ou seja, nas faixas etárias entre os 20 e os 40 anos.
Peralta Santos reforçou ainda que, se a situação epidemiológica continuar assim, Lisboa poderá atingir a linha dos 240 novos casos por 100 mil habitantes dentro de duas a três semanas.
O secretário de Estado da Saúde disse confiar no “civismo dos portugueses” e na boa adesão a estas novas medidas, mas deixou na mesma um apelo: “A nossa cultura é uma cultura de sensibilização. Testem-se e deixem-se testar“, afirmou.
O presidente do INSA, por sua vez, também sugeriu a quem participe em eventos de maior dimensão, como casamentos e batizados, que “assuma um pouco de responsabilidade” e faça testes antes destas cerimónias para garantir a “proteção de todos”.
“O secretário de Estado da Saúde disse confiar no “civismo dos portugueses” e na boa adesão a estas novas medidas, mas deixou na mesma um apelo: “A nossa cultura é uma cultura de sensibilização. Testem-se e deixem-se testar“, afirmou.”
Confiar no “civismo dos portugueses”… Boa! Isso está a resultar muito bem! Especialmente em Lisboa, ouvi dizer… Cultura de sensibilização? Também está a resultar. Agora acho que ele enganou-se quando disse “Testem-se e deixem-se testar“. O que ele quereria dizer era “testem-se e deixem-se estar…”. O “t” e o “e” estão muito próximos. É facil enganar-se.