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Se não fosse o vídeo de Darnella Frazier, “Derek Chauvin ainda seria polícia”

(dr) Minneapolis Police Department

Darnella Frazier filmou o momento em que George Floyd foi detido

Darnella Frazier, na altura com 17 anos, foi a responsável pelo vídeo que mostra o ex-agente da polícia Derek Chauvin a prender o afro-americano George Floyd, que acabou por não resistir.

Esta terça-feira foi um dia histórico para a comunidade afro-americana não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo. O ex-polícia Derek Chauvin foi declarado culpado dos três crimes de que estava acusado pela morte de George Floyd (homicídio involuntário em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio por negligência).

Segundo a CNN, a história poderia ter tido outro desfecho se não fosse a reação de Darnella Frazier. Aliás, a cadeia televisiva vai ainda mais longe: “Se não fosse a sua reação, Derek Chauvin ainda poderia ser polícia em Minneapolis.”

Na altura do incidente entre Floyd e a polícia, a jovem, que tinha apenas 17 anos, decidiu pegar no telemóvel e começar a filmar o que estava a acontecer à sua frente. Imagens que se revelaram cruciais no julgamento do ex-agente.

Esta terça-feira, depois da decisão dos 12 jurados, Frazier não conseguiu conter a emoção. “Chorei tanto. Nesta última hora o meu coração estava a bater tão rápido. Eu estava tão ansiosa. Mas saber que [Chauvin] foi declarado culpado nas três acusações! Obrigada, Deus! George Floyd, conseguimos! Justiça foi feita”, escreveu na sua conta de Facebook.

A tia do afro-americano, Angela Harrellson, também elogiou a atitude da jovem. “O mais triste é que, se não fosse aquela rapariga de 17 anos, Darnella, teria havido outro homem negro morto pela polícia… e teriam dito, ‘Oh, foram drogas, oh, foi isto e aquilo'”, disse a familiar, citada pela CNN, acrescentando: “E nunca teríamos a história que temos hoje.”

O governador do estado do Minnesota, o democrata Tim Walz, também agradeceu publicamente a Frazier. “Acho que muitas pessoas sabem que aquele vídeo é talvez a única razão pela qual Derek Chauvin irá para a prisão”, reforçou.

O impacto daquela filmagem foi muito além do julgamento de Chauvin. Os outros três polícias que estavam no local foram demitidos, a técnica de estrangulamento foi proibida e está em andamento uma investigação federal. E, claro, não nos podemos esquecer do movimento global que surgiu contra o racismo e a violência policial.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, descreveu o veredicto como “um passo gigantesco em direção à justiça”, mas sublinhou que ainda “não é suficiente” para apagar a “mancha” de “racismo sistémico” do país. O democrata apelou ainda ao Congresso para que aprove reformas relativas às práticas policiais.

ZAP //

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