Casa Branca exige que Congresso aprove reformas de práticas policiais

Oliver Contreras / Pool / EPA

O Presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden

O Presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, quer que o Congresso aprove reformas relativas às práticas policiais para fazer justiça ao legado do afro-americano George Floyd, depois de o ex-polícia Derek Chauvin ter sido considerado culpado da sua morte.

Em declarações feitas na Casa Branca, Biden descreveu o veredicto como “um passo gigantesco em direção à justiça”, mas sublinhou que a condenação anunciada na segunda-feira pelos jurados do julgamento “não é suficiente” para apagar “a mancha” de “racismo sistémico” nos EUA, noticiou esta quarta-feira a agência Lusa.

“O veredicto de culpado não vai trazer George [Floyd] de volta”, disse o Presidente, defendendo, no entanto, que a decisão pode constituir o momento para avançar com “mudanças significativas”. Apelando à união do país, elogiou os polícias que testemunharam no julgamento, em vez de cerrar fileiras e ficarem calados.

O veredicto, considerou, envia uma mensagem forte, mas a reforma do sistema não pode parar e é importante garantir que nem negros nem pessoas de outras cores “temem a interação com as autoridades policiais”.

A vice-Presidente, Kamala Harris – a primeira negra no cargo -, também defendeu a necessidade de o país reformar o sistema de justiça criminal, sublinhando igualmente “Uma medida de justiça não é o mesmo que justiça igual” para todos, referiu.

Num discurso antes das declarações de Biden, Harris considerou que há “muito a fazer” para combater a “injustiça racial”, que é “um problema de todos os norte-americanos” e não só dos negros, dos latinos ou das pessoas com origens asiáticas ou indígenas.

“Todos nós fazemos parte do legado de George Floyd. E o nosso trabalho agora é honrar esse legado, homenageá-lo”, afirmou.

O júri do julgamento considerou, por unanimidade, o ex-polícia Derek Chauvin culpado de todas as acusações de homicídio. A morte de Floyd, aos 46 anos, aconteceu em 25 de maio de 2020, na sequência da sua detenção pela polícia de Minneapolis por suspeita de tentar pagar a conta do supermercado com uma nota falsa de 20 dólares (cerca de 16 euros).

A morte foi filmada em vídeo por transeuntes e divulgada nas redes sociais, sendo que o vídeo mostra Floyd a ser retirado do carro onde seguia sem resistir à polícia e Chauvin a colocar o joelho no seu pescoço e a pressionar durante quase nove minutos. No vídeo é possível ouvir-se Floyd a dizer ao polícia que não consegue respirar, acabando por morrer.

// Lusa

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